A lei estadual antifumo parece estar sendo cumprida nos bares de Londrina. Tornou-se comum ver os clientes fumando em pequenos grupos em frente aos estabelecimentos. Em alguns lugares, a nova regra causou transtornos para os proprietários. É o caso de locais que cobram pela entrada: formam-se filas para sair fumar e também há dificuldade para o controle da volta dessas pessoas.
Para a Vigilância Sanitária, a avaliação até agora é positiva. Desde a data em que a lei entrou em vigor – 29 de novembro – os ficais já estiveram em 162 estabelecimentos orientando os donos sobre a pesada multa em caso de clientes fumarem no interior de locais fechados. "Nesta primeira fase, vamos esclarecer sobre a lei; só depois virão as multas", afirmou o diretor de Saúde Ambiental da Vigilância Sanitária Municipal, João Martins de Souza. "Mas os clientes e donos estão colaborando", acrescentou.
"Essa norma não vai me fazer parar de fumar, mas, pelo fato de ter que sair pra fumar, fumo menos quando estou no bar", afirmou Manoel Correia Marques. "Acho também que existe um exagero em se proibir o fumo em local aberto, porque há muitas outras coisas que causam problemas respiratórios, como a poluição dos carros e, neste caso, não há esta 'caça às bruxas'".
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Desrespeito
Um problema que se agravou bastante com a nova lei é o fato dos fumantes, sem qualquer preocupação com o meio ambiente, jogarem as pontas de cigarro na rua. Essas bitucas vão para as galerias pluviais e, consequentemente, para os rios e lagos urbanos, como o Igapó.
Esta semana, a reportagem do Bonde flagrou o desrespeito ao meio ambiente na frente de um bar na esquina das ruas Rio de Janeiro e Professor João Cândido. À exceção de dois ou três fumantes, todos os outros jogaram suas bitucas na calçada ou na rua. O diretor da Vigilância Sanitária disse que o órgão está preocupado com isso, mas até agora nada foi feito oficialmente. "Já conversamos com a diretoria da CMTU para tentarmos encontrar uma solução, mas nada está definido ainda", comentou. "Talvez fosse preciso instalar cinzeiros nas portas dos bares".
Na Câmara
Tendo observado a poluição das ruas com as bitucas de cigarro, o vereador Zaqueu Berbel apresentou projeto de lei que obriga bares, restaurantes, churrascarias, pizzarias e lanchonetes a disponibilizar cinzeiros para os clientes. O prazo para cumprimento da norma é de 60 dias.
O projeto também obriga o município a "demarcar e sinalizar nas praças e nos logradouros públicos espaços criados especialmente para fumantes", com instalação de bancos, cinzeiros e "outros para a comodidade do fumante".
Se houver descumprimento da lei, a multa é de R$ 100. A fiscalização ficaria por parte da Secretaria de Fazenda. Na justificativa, o vereador citou a lei estadual que proíbe o fumo em locais fechados. "Em face disso as pessoas fumam do lado de fora do estabelecimento e jogam os tocos de cigarros na via pública ou na calçada, e essa bitucas, por sua vez, vão para os bueiros e são levadas para o Lago Igapó e para outros ribeirões, conforme o caso, poluindo nossos rios e lagos".