A luta pelo fim da cultura do estupro e contra retrocessos nos direitos das mulheres promovidos pelo governo Michel Temer provocaram a reunião de mulheres na 5ª Marcha das Vadias de Londrina, ontem, no Calçadão. De acordo com manifestantes, o assunto voltou com força à tona depois da grande repercussão de um estupro coletivo contra uma adolescente no Rio de Janeiro, seguido de casos semelhantes em outras regiões do País.
O evento é o resultado de uma organização de vários coletivos feministas, segundo a manifestante Meire Moreno. "Após os casos de violência registrados no País e diante da atual situação política, favorável a retrocessos sociais, decidimos protestar contra a tendência de culpar a vítima pelas violências", disse.
A manifestante Juliana Martins acredita que a repercussão do caso ocorrido no Rio fez com que outras mulheres que não se manifestavam sobre a violência de gênero passassem a tomar posição e encontrassem nos movimentos sociais a ressonância necessária. "Mesmo o estupro coletivo foi noticiado antes pelas redes sociais, por páginas feministas", ressaltou.
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Durante a concentração, participantes produziram cartazes para descrever situações de abuso sofridas. A fiscal de loja Edna Costa Oliveira levou a filha Karla Costa, de 10 anos, para participar da manifestação. Karla fez dois cartazes, que foram dispostos em um varal na Praça da Bandeira. "Eu sou tratada na escola como os outros meninos, mas é importante lutar para sermos sempre iguais aos homens", declarou.
Após a concentração, as manifestantes seguiriam em passeata até a Concha Acústica, onde haveria atividades culturais e relatos de abusos.