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Mesmo com linha de ônibus, passageiros precisam andar a pé até chegar em Tamarana

Rafael Machado - Grupo Folha
03 jul 2017 às 18:06

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Gastar a sola do sapato, mesmo que na "marra", foi o que usuários de uma linha do transporte coletivo que circula entre a divisa do distrito de Lerroville (60 km de Londrina) e Tamarana aprenderam a fazer. A prática, segundo a população, já soma oito anos. O coletivo da Londrisul, empresa responsável pelo serviço, até chega a "invadir" cerca de 1000 metros na área de Tamarana, o que não diminui a insatisfação dos moradores. Eles precisam andar até dois quilômetros para chegar até o centro urbano do município.

O ônibus sai do Terminal Central e deixa os passageiros que seguem para Tamarana em um local conhecido como Água do Beijo. O percurso dura aproximadamente uma hora e meia. Todos pagam o valor atual da tarifa cobrada em Londrina, que é de R$ 3,75. Entretanto, muitos querem que a linha avance para uma região mais movimentada da cidade vizinha.

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Segundo o estudante Vinicíus Araújo, de 18 anos, que cursa História na Universidade Estadual de Londrina (UEL), os horários das aulas não são compatíveis com as disponíveis no itinerário. Por isso, quando sai da universidade no período noturno, é difícil segurar o medo. "O último ônibus me deixa perto de meia-noite na entrada de Tamarana. Quando é assim, preciso pedir que meus pais me busquem para evitar assaltos. A insegurança é muito grande", disse.

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Tanto incômodo está gerando uma mobilização entre os tamaraenses. A reivindicação na mudança do itinerário foi oficializada em um abaixo-assinado. De acordo com a comerciante Anice Chaar, uma das organizadoras da iniciativa, a intenção é reunir ate´duas mil assinaturas. "Não podemos deixar do jeito que está. Tem gente idosa, mulher com criança de colo e pessoas com mobilidade reduzida que enfrentam sol, chuva e um longo caminho até chegar em Tamarana", observou.


Procurado pela reportagem, o gerente geral da Londrisul, Marildo Teixeira Lopes, informou que, para atender a reivindicação da comunidade, o contrato firmado entre a empresa e a Companhia Municipal de Trânsito e Urbanizaçaõ (CMTU) teria que ser modificado. "É uma conversa que pode ser conduzida entre as duas gestões. Se estendermos a linha até o centro de Tamarana, descumpriremos o que foi acordado com a CMTU. O contrato permite circulação apenas em Londrina e distritos", comentou.

O prefeito de Tamarana, Beto Siena (DEM), salientou que pretende debater o tema nos próximos dias com o Departamento de Estradas e Rodagem (DER). "Vou tentar uma reunião. Sendo assim, quem sabe achamos uma solução para este problema", avaliou.


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