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Situação precária

Morador conta mais de 400 buracos em rua de Londrina

Giovana Kindlein - Folha de Londrina
01 out 2002 às 14:54

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Reclamar de buraco de rua já virou rotina em Londrina. A indignação é tanta, que o comerciante Agnaldo Pereira dos Santos, 49 anos, teve a proeza de contar, na semana passada, o número de buracos em um trecho de 800 metros na Avenida Robert Koch, no Conjunto Habitacional Ernani Moura Lima II (zona leste), por onde ele passa diariamente. Foram registrados 453 em uma caminhada de 20 minutos. ''A cidade está parecendo um queijo suíço ou uma visão da lua com suas variadas crateras'', critica ele.

Com paciência, Santos anotou a quantidade de aberturas no asfalto, hoje quase intransitável. Os ônibus, quando podem, desviam o rodado da pista esburacada. ''É cada panela'', salienta o morador que faz questão de afirmar que ''os motoristas não tem mais condições de desviar os carros dos buracos'', tamanha é a quantidade. Grandes, com diâmetros que variam entre meio metro a 1,20 metro, conforme ele, são 37. Entretanto, a grande maioria tem em torno de 20 a 30 centímetros.

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O secretário municipal de Obras, Aluísio Freitas, reconhece o problema, mas admite que não tem dinheiro para o recapeamento asfáltico. ''A cidade está mapeada. Nossa demanda de recapeamento chega a dois milhões de metros quadrados'', calcula o secretário. Segundo ele, a prefeitura está aguardando o restante dos recursos do Programa Paraná Urbano. Dos R$ 30 milhões que virão para Londrina, R$ 25 milhões serão destinados para asfaltamento em bairros e R$ 5 milhões para recapeamento.

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Liberados até agora, apenas R$ 4,2 milhões para novo asfalto nos jardins Tatuí, Porto Seguro, São Jorge e Florada. Outros R$ 5 milhões para recapeamento foram pedidos para a Caixa Econômica Federal. Até segunda-feira, Freitas não tinha previsão de quando os recursos seriam liberados. Porém, no caso da Robert Koch, o secretário disse que iria providenciar uma operação tapa-buracos a partir desta terça.

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Enquanto isso, os buracos aumentam de número e tamanho. A secretária Darlini Rodrigues Miranda, 17, reclama do empoçamento de água na Rua Amélia Ferreira Marques, na esquina com Avenida Lúcia Helena Gonçalves Viana (zona norte). ''Os carros passam e, às vezes, molham os pedestres'', conta ela.


Na Câmara de Vereadores, os pedidos para recapeamento e operação tapa-buracos se multiplicam. De fevereiro até setembro foram feitas 97 solicitações desse tipo: 53 requerimentos para operação tapa-buracos e 44 para recapeamento asfáltico. Todos foram encaminhados à Secretaria Municipal de Obras.

Na semana passada, o advogado Cássio Nagasawa Tanaka, 32 anos, teve o pneu do carro rasgado ao passar por um buraco de um metro de largura e 30 centímetros de profundidade, na Rua Bento Munhoz da Rocha, nas proximidades do cruzamento com a Rua da Paz (área central). Tanaka quer que a prefeitura o indenize pelo prejuízo. Caso contrário, pretende entrar na Justiça com uma ação de reparação de danos, requerendo o ressarcimento das despesas que terá com o conserto do automóvel. Até ontem seu carro continuava parado na garagem de casa.


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