Ônibus lotados em horários insuficientes, falta de manutenção nas praças e no terminal rodoviário, arrombamentos de residências, vandalismo, uso e tráfico de drogas em locais públicos. Problemas que normalmente assustam e aborrecem moradores de grandes cidades passaram a fazer parte do cotidiano da população do Distrito de Guaravera, na Zona Sul de Londrina.
Ontem, eles bloquearam a saída dos ônibus que atendem a localidade em protesto contra a superlotação e a falta de horários. A manifestação ocorreu pacificamente entre as 5h30 e as 8h30. Os ônibus só foram liberados depois que representantes da Londrisul, que opera as linhas, se comprometeram a colocar uma linha direta de Guaravera para Londrina, sem passar por Irerê, às 5h20, no primeiro horário da manhã.
''Eles nunca passam no horário certo e, quando chegam, já estão lotados'', reclamou a empregada doméstica Maria Aparecida Barbosa, que enfrenta dificuldades para chegar ao emprego em Londrina. O agente de campo Vanderlei Ceretti comentou que, além dos ônibus saírem cheios de Guaravera, ainda passam em Irerê e pegam mais pessoas. ''Tem dias que motorista não consegue nem fechar a porta.''
Leia mais:
Permissão de bares na Rua Paranaguá domina discussão sobre zoneamento em Londrina
Campanha médica promove evento focado na prevenção de arritmias em Londrina
Pré-estreia da série “Libertárias” será exibida gratuitamente nesta quarta em Londrina
Infestação de dengue atinge 3,3% e coloca Londrina em estado de alerta
Tráfico
Os moradores reclamam que o banheiro do Terminal Rodoviário é utilizado como ponto para venda e uso de drogas. Algumas pessoas também usariam o local para manter relações sexuais. Por causa da necessidade de dinheiro para comprar entorpecentes, aumentou o número de arrombamentos de residências.
A comerciante Gisele Camila de Oliveira afirmou que o vandalismo também assusta. ''Aqui no bazar, tem uma molecada que entra correndo e leva as coisas.'' Sem policiais no local, moradores afirmam que viaturas de Tamarana ou de Londrina passam pouco pelo distrito e demoram a chegar quando há ocorrências.
Uma escola municipal foi arrombada duas vezes no mês de abril. ''Levaram leite, bolachas, requeijão. Também derramaram cebola pelo chão e esvaziaram o extintores. São coisas que dão prejuízo'', contou o supervisor Melquíades Soares Bueno.
Aposentados que, há pouco tempo, podiam transitar calmamente pelas, agora temem assaltos e redobram o cuidado no dia de receber o pagamento. ''Minha casa já foi arrombada. Levaram R$ 2 mil'' contou o aposentado Mário Francisco de Castro, que fez a ocorrência ao meio-dia e só recebeu a polícia às 5 horas da tarde. ''Agora deixo o dinheiro no banco e só tiro o suficiente para fazer compras.'' José Francisco Alves convive com o medo. ''Já tentaram me roubar, mas consegui correr. Eles chegam pedindo dinheiro. Se a gente não dá, corre riscos.''