Reunindo familiares de vítimas de confrontos policiais com promotores, advogados e jornalistas, o MNDH (Movimento Nacional dos Direitos Humanos) promove uma roda de conversas sobre a letalidade das forças de segurança em Londrina, neste sábado (15), na sede da APP-Sindicato (Avenida Juscelino Kubitscheck, 1.834), a partir das 9h.
O encontro terá a presença do promotor Ricardo Ricardo Alves Domingues, da advogada Emmanuella Denora, e do diretor do Sindicato dos Jornalistas de Londrina e Região José Maschio. O encontro é aberto a todos.
Segundo o coordenador do MNDH em Londrina, Carlos Henrique Santana, a reunião foi marcada depois de uma pausa nas mortes ocorridas em confrontos policiais. De acordo com ele, essa pausa ocorreu após a entrega do nome de 24 vítimas destes confrontos para a coordenadoria estadual do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), do MP (Ministério Público), em Curitiba.
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A entrega ocorreu depois de uma manifestação na zona norte de Londrina feita pelos familiares das vítimas, que exigem pleno esclarecimento das ocorrências. "[Os nomes] foram protocolados no dia dezesseis de dezembro. Após mais de um mês e dez dias sem confronto, retornaram os confrontos novamente e as estão investigações paralisadas. O que tá acontecendo em Londrina é que, com o baixo índice de mobilização, retornam as ações de confronto, algumas [em situações] muito estranhas e as famílias estão sendo vigiadas vinte e quatro horas por dia”, relata Santana.
A roda de conversa é a tentativa de criar um espaço de estímulo para que essas pessoas falem, já que têm medo de represálias. "É por isso que chamamos um promotor que atua no Tribunal do Júri, uma advogada que acompanha os casos judicialmente e um jornalista que acompanha pela imprensa. Essa é a importância, de iniciar este debate”, diz.
Mais humanidade
Segundo Maschio, é fundamental que o drama das famílias das vítimas do que considera "genocídio contra pobres e pretos periféricos” sensibilize o londrinense. "É preciso que a sociedade saia da letargia em que está e tome posição sobre o respeito às vidas que se perdem, diariamente, pela opressão. Uma PM mais humana é o que todos querem”, afirma.
Santana afirma que não pode culpar toda uma corporação pelas ações de maus agentes de segurança e defende que a discussão é importante também para reconhecer o sofrimento que os próprios policiais enfrentam no dia a dia. "Os policiais também estão com medo dessa situação. E, em muitos desses confrontos, os bandidos colocam que eles partem pra cima porque têm raiva de alguns policiais.
O coordenador do MNDH também faz questão de ressaltar que não se refere a toda a polícia. "São agentes de segurança pública que vão pro lado do crime.” Por outro lado, ele defende que, quando há morte em confronto, os agentes envolvidos sejam mantidos presos por um mês, de forma a não atrapalhar as investigações.
A reportagem buscou uma manifestação oficial do Comando do 5º Batalhão da Polícia Militar em Londrina na tarde desta sexta-feira (14), mas, até a conclusão da notícia, não obteve retorno.
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