Eliane Batista, 39 anos, é a mais nova caloura do curso de Serviço Social da Universidade Estadual de Londrina (UEL). Ela superou a situação de rua, passou pelos serviços da Trilha da Cidadania – iniciativa da Prefeitura de inserção e assistência para pessoas que estão nas ruas – e hoje está em um serviço de acolhimento em república da Secretaria Municipal de Assistência Social (SMAS), executado em parceira com o Ministério de Missões e Adoração (MMA).
Batista disse estar muito feliz e grata pela conquista. Ela conta que desde os 18 anos de idade, teve diversas partidas e retornos ao seu ambiente familiar, até que sua família deu um basta e, então, ela passou a viver nas ruas definitivamente. “Depois, passei por uma internação de quatro meses, fui para uma instituição da SMAS e tive várias conquistas, entre elas terminar o ensino médio. Estou correndo atrás dos meus objetivos, que são fazer a faculdade e ter um emprego”, diz.
Ela também agradece à Secretaria Municipal de Assistência Social e aconselha as pessoas que estão passando por períodos difíceis a procurarem ajuda. “A secretaria me ajudou muito, por meio de seus serviços e acreditando em mim. A minha relação com o serviço social é muito boa, porque temos espaço para expressar os nossos sentimentos e falar sobre as nossas necessidades. Para quem está enfrentando uma fase difícil, digo para acreditar no seu potencial e não esperar chegar no ponto que cheguei, de perder quase tudo, para buscar ajuda. Não se esqueçam de que nunca é tarde para dar a volta por cima e voltar a viver, pois ainda há muita vida pela frente”, enfatiza.
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Para a secretária municipal de Assistência Social Jacqueline Marçal Micali a vitória de uma pessoa que passou tanto tempo em situação de rua e hoje comemora sua aprovação em uma universidade estadual demonstra como as políticas públicas de qualidade podem resgatar a cidadania das pessoas. “A Trilha da Cidadania foi inserida em 2019 em Londrina, e nada mais é do que uma junção de serviços, programas e projetos para atender a população em situação de rua de forma personalizada e dentro da necessidade de cada um”, aponta Micali.
BEM-ESTAR
A iniciativa busca que cada pessoa conquiste o bem-estar físico e mental. A porta de entrada ocorre mediante a abordagem social, busca espontânea ou encaminhamento feito por serviços socioassistenciais, de saúde, sistema judiciário e outros. Após a regulação feita pela Central de Vagas da Secretaria Municipal de Assistência Social, a pessoa é inserida na Casa de Passagem, feminina ou masculina, onde recebe apoio emergencial e de curta duração.
Da Casa de Passagem, caso não seja possível retomar o convívio familiar ou seguir de forma independente, ela vai para o acolhimento institucional. O acompanhamento também abrange atendimentos de serviço social e psicologia, além de encaminhamento para outros serviços que forem necessários. A última fase da Trilha da Cidadania são as repúblicas, que podem ser de supervisão moderada ou leve. De forma coletiva, os moradores dessas unidades são responsáveis pela limpeza, manutenção e organização do espaço. Na república leve, todos trabalham para obter sua fonte de renda e garantir sustento. (Reportagem Dayane Albuquerque/ n.com)