As farmácias estão entre os estabelecimentos comerciais que são alvo preferencial de ladrões. Na área da 4ª Companhia Independente da Polícia Militar de Londrina, localizada na zona norte, os números de assaltos são bastante altos. Em junho foram registrados 27 roubos; em julho foram 17 e em agosto aconteceram 30 ocorrências.
Tamanha incidência mobilizou os empresários do setor. No dia 12 de setembro os proprietários e gerentes de farmácias se reuniram com o comando da 4ª Cia Para pedir providências. "No dia 14 daquele mês iniciamos a Operação Cruz Verde para coibir esse tipo de ação", destaca o comandante da 4ª Cia, capitão Walter João Marques Luiz, ressaltando que a partir daí o índice caiu. Segundo ele, em setembro o número caiu para oito e em outubro foi registrada apenas uma ocorrência.
No entanto, justamente no dia da apresentação desses dados, nesta segunda-feira (31), um dos proprietários de farmácia, Bruno Bonini, relatou que teve o estabelecimento invadido e furtado. "Levaram mais de 100 desodorantes, 60 repelentes, 50 xampus, maquiagem, brincos, latas de leite e muitos medicamentos", enumerou. Bonini relata que a janela tinha sido recém-consertada do arrombamento que havia acontecido na sexta-feira (28). "Eu já não sei mais o que fazer. Eu estou desesperado. Já me roubaram mais de R$ 10 mil em menos de um ano (período desde que inaugurou a farmácia)", desabafou.
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Segundo tenente Hugo César Woll, oficial de planejamento da operação da PM, a farmácia de Bonini fica em um local bastante vulnerável e seria preciso reforçar o prédio com equipamentos de segurança. Ele ressaltou que a Constituição Federal aponta no seu artigo 144 que a segurança pública é dever do Estado, mas também é direito e responsabilidade de todos.
"Não é só o Estado que deve cuidar da segurança pública. Todos têm responsabilidade", reforçou. Além do policiamento ostensivo e preventivo, a PM passou a atuar com policiais a paisana e que ajudaram desarticular algumas quadrilhas de assaltantes.
Mesmo com essa ocorrência, os responsáveis pelas farmácias, que participaram do anúncio da PM, elogiaram a ação da polícia. "Hoje temos liberdade de trabalhar com a polícia. Não tivemos dificuldades em conversar com eles", afirmou o gerente de farmácia Fernando Melo.
"A ação deles foi muito importante, mas eu sinto que poucas farmácias fazem o boletim de ocorrência e a gente tem que entender que em qualquer situação de assalto ou furto é preciso registrar BO para a polícia saber o que está acontecendo. Dá trabalho, incomoda, mas isso gera estatística que ajuda no trabalho da polícia", expôs o empresário Rubens Augusto.
Melo ressaltou ser importante também, além de registrar boletim de ocorrência, que as vítimas façam o reconhecimento dos assaltantes. "Muitas ficam com medo, mas a polícia tem nos ajudado. É preciso conversar com os colaboradores para fazer isso, para cobrar o poder público, caso contrário logo ele estará nas ruas de novo", afirmou.
Segundo informações do Sindicato das Farmácias de Londrina, são 210 estabelecimentos espalhados por todas as regiões da cidade.
5º BPM
Na área do 5º Batalhão da PM, o número de roubos girava em torno de 37 por mês e depois de algumas ações da polícia, o número caiu para 19 ao mês. "Não conseguimos cuidar de tudo só com viatura. Fizemos um desenvolvimento de trabalho com equipes de pernoite, com serviço reservado nas áreas mais afastadas do centro", explicou o comandante do 5º BPM, major Antônio Carlos Campos Júnior. "No centro da cidade estamos com quase 100 cadetes da Escola de Formação de Soldados."