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Reforma na PEL II

Operários que trabalhavam em reforma na PEL II denunciam abandono de construtora

Fernanda Circhia - Grupo Folha
29 ago 2018 às 20:04
- Ricardo Chicarelli/Arquivo/Grupo Folha
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Seis operários que trabalhavam na reforma da unidade II da PEL (Penitenciária Estadual de Londrina) denunciaram abandono de construtora em vídeo e ao Sintracom (Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e do Mobiliário de Londrina) nesta semana. Os trabalhadores estão na cidade desde fevereiro deste ano.


O pedreiro Sideney Humberto Paes foi admitido em 9 de março deste ano e demitido no último dia 13 pela Servo Construções Civis de Maringá . Ele conversou com a reportagem nesta quarta-feira (29) e contou que ele e mais cinco trabalhadores estão vivendo em condições precárias.

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Os seis são da cidade de Imbaú (167 km de Londrina) e estão em uma casa locada pela construtora no Jardim Santa Joana, na zona sul de Londrina, desde fevereiro deste ano. "Nós viemos em fevereiro com a promessa de R$ 100 por dia livre de alimentação e alojamento. No primeiro mês já houve atraso no pagamento e isso foi acontecendo em todos os outros meses até chegar na situação que estamos hoje", conta Sideney.

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"Nos encontramos longe de nossas casas, sem condições até mesmo de voltar para casa. Todos deixamos nossas famílias e estamos sem os dois últimos pagamentos. Também estamos sem materiais higiênicos, além de outros materiais que mandávamos às nossas famílias como fraldas, leites, entre outros."

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Sideney Humberto Paes
Sideney Humberto Paes


Em relação a casa locada, o trabalhador relatou à reportagem que quando chove, entra muita água na casa e eles dormem em colchões velhos e danificados. "Nós gostaríamos de tentar deixar tudo melhor, mas nunca tem dinheiro pra nada. Estamos com salários atrasados, não podemos nem fazer compra de comida e produtos de limpeza. Não tem nada na casa. Não estamos mais aguentando mais ficar aqui. E até agora nada, nenhum resultado. Muitos que estavam aqui, não aguentaram esperar e acabaram voltando para suas casas, mas nós queremos conseguir nossos direitos", desabafou.


Além da falta de alimentos e condições de higiene, a conta de luz não foi paga pela empresa e eles ficaram alguns dias sem energia na casa. No entanto, segundo Sideney, a Copel religou a energia nesta quarta-feira (29). "Não sei se o dono fez o pagamento ou o que aconteceu, mas sei que ele disse para o sindicato que só teria dinheiro depois do dia 1º para acertar com a gente. Estamos esperando algum resultado."

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O advogado Jorge Custódio do Sintracom, afirmou à reportagem que o sindicato doou cesta básica, gás e ajudou no transporte para que os trabalhadores pudessem visitar suas famílias no fim de semana. Mas de acordo com Sideney, a comida já está acabando, pois eles estão em seis pessoas na casa. "E no dia dos pais, o dono trouxe um pé de porco estragado aqui para nós", lamentou.


"Agora, eles aguardam a fiscalização do Ministério do Trabalho, conforme determinado pelo juiz", acrescentou Custódio. O juiz titular da Vara do Trabalho, Mauro Vasni Paroski, determinou em ofício ao Ministério do Trabalho e Emprego a solicitação de fiscalização das instalações do alojamento em que os trabalhadores estão acomodados, bem como ao Ministério Público do Trabalho para adoção das providências que entender pertinentes. No documento, intimou também que a PEL II junte aos autos os comprovantes de entrada e saída dos trabalhadores substituídos no prazo de 10 dias.

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Além disso, segundo o documento, o sócio da Servo Construções Civis confessou em reunião no Sintracom a impossibilidade de saldar as verbas em atraso. "Determino a expedição de mandado urgente para o arresto dos valores até o limite de R$ 135.179,91. Sendo infrutífera, parcial ou totalmente, fica desde já, autorizada a penhora on line das contas da ré."


A reportagem tentou entrar em contato com a Servo Construções Civis diversas vezes em dois números de telefone nesta quarta-feira (29), mas ninguém atendeu às ligações.

Já a SESP (Secretaria de Segurança Pública) afirmou que o prazo de vigência do contrato é até janeiro de 2019 e que os pagamentos estão sendo realizados normalmente. O valor total da obra é de R$ 2,4 milhões, sendo que a construtora já recebeu R$ 1,7 milhões até o momento. A reforma do local etá sendo realizada por causa dos estragos provocados pelos detentos em uma rebelião em 2015 que deixou a PEL II parcialmente destruída.


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