O programa Onde Moras realizou, durante três meses, uma pesquisa no Centro Integrado de Atendimento ao Adolescente Infrator (CIAADI), Educandário e Casa de Custódia de Londrina, para identificar a relação entre moradia e criminalidade.
O estudo foi realizado através de uma equipe de 15 assistentes sociais e 10 psicólogos, que entrevistou jovens infratores com idade entre 12 e 18 anos e presos comuns com 18 a 25 anos. No total, foram entrevistados 152 jovens.
Os dados da pesquisa mostram que mais da metade dos presos e jovens reclusos (53%), entrevistados pelo Onde Moras, já moraram em barracos em algum período da vida, sendo que destes, 31% viverem nestes locais dos 4 aos 6 anos, também 31% até os 10 anos, 21% dos 7 aos 10 anos e 17% até 3 anos de idade.
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Outro dado relevante do estudo, é que 51% dos jovens entrevistados disseram que quando crianças não tinham, em casa, local para estudar. Além disso, 61% deles afirmaram que dividiam o cômodo de dormir com os familiares, irmãos e/ou pais. O estudo mostrou ainda que, quando crianças, 53% dos pais ou responsáveis pelos presos e jovens internos usavam algum tipo de droga, e que 20% dos entrevistados ainda moram em barracos.
O engenheiro Maurício Costa, idealizador e coordenador do Programa Onde Moras disse que a moradia dignifica a família e a sociedade. "Prova disto é o que aconteceu no Jardim São Jorge (zona norte), onde em 2005 ocorreram cinco homicídios e em 2006, ano em que foram substituídos 76 barracos por casas, ocorreu apenas um caso de assassinato, e em 2007 até agora não ouve nenhum homicídio", afirmou Costa.
No ultimo dia 21, o programa promoveu uma reunião na sede do Sindicato do Comércio Varejista de Londrina e Região (Sincoval), para apresentar os resultados da pesquisa a comunidade e autoridades locais e estaduais.