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Apoio na amizade

PMs aposentados criam grupo de suporte mútuo e refazem casa incendiada de ex-policial

Luís Fernando Wiltemburg - Redação Bonde
19 abr 2017 às 12:59
- Saulo Ohara/Grupo Folha
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Uma ação de policiais militares aposentados de Londrina permitiu construir uma casa para o sargento reformado Adelino Soares de Cerqueira, que teve a residência destruída em um incêndio. A entrega ocorreu na manhã desta quarta-feira (19) e é o resultado das ações da Comissão de Policiais Militares da Reserva de Londrina, grupo criado para suporte mútuo após o encerramento da carreira na Polícia Militar. A iniciativa altruísta já começa a chamar a atenção de outras cidades e de outros estados.

Cerqueira foi para a reserva – termo utilizado quando um militar se aposenta – em 1993. A casa dele, no bairro João Paz, pegou fogo no início do ano devido a problemas na parte elétrica. Ele estava em um ponto de ônibus, aguardando um coletivo atrasado, quando foi avisado de que a casa estava em chamas. Virou-se e viu a fumaça subindo. "De início, fiquei preocupado com os sobrinhos, mas eles saíram sem se machucar. Em seguida, a preocupação era que jamais conseguiria reconstruir", contou ao Portal Bonde momentos antes da solenidade que marcou a entrega do imóvel reconstruído.

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A casa tem 120 m², com uma suíte e outros dois quartos, banheiro, sala, cozinha e área de lazer. Tânia Maria Mendonça, cabo da reserva, conta que a coleta começou a ser feita pela comissão, formada por 250 policiais aposentados, logo após a ocorrência. Levantaram ajuda entre eles mesmos e amigos da ativa, empresários e igreja. Entre dinheiro e doações de materiais, foram arrecadados R$ 85 mil. Em 75 dias, Cerqueira tem de novo um local seu para morar.

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Suporte mútuo

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A Comissão de Policiais Militares da Reserva foi criada ao perceber a importância do suporte mútuo após o desligamento do trabalho. Os trabalhos se concentram, inicialmente, em visitas a ex-militares enfermos para dar apoio espiritual e psicológico, mas também para reunir amigos. "Nós damos apoio em casos de demência, alcoolismo e pensamentos suicidas, por exemplo. Fazemos uma visita em um grupo pequeno e, depois, chamamos os membros para fazer uma visita maior. Levamos até churrasqueira", conta o cabo reformado Antonio Brojato. Até mesmo capelão e psicólogo estão entre os reformados.


A ideia, que começou pequena, começa a se expandir, revela Tânia Mendonça. Não apenas o grupo de Londrina já cresceu, mas chama a atenção de policiais de outras localidades, dentro e fora do Paraná. "Campo Mourão já está formando um grupo como o nosso e fomos procurados por aposentados de Santa Catarina e do Mato Grosso para conhecerem o trabalho", conta.

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De acordo com ela, na comissão, eles fazem quase o mesmo que faziam quando estavam na ativa, quando parte das atribuições é encaminhar pessoas, seja de suspeitos para cuidados das autoridades competentes, seja de doentes ou crianças para os locais em que podem receber a atenção devida. "Além de termos feito isso a vida inteira, ainda conhecemos as entidades e os comandantes na ativa também nos ajudam, abrindo caminho quando precisamos", afirma.


Amizade é a melhor terapia

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Saulo Ohara/Grupo Folha
Saulo Ohara/Grupo Folha


A solenidade de entrega da casa virou um evento de reencontro de velhos amigos de trabalho. Sem fardas, se cumprimentavam e conversavam em frente ao imóvel recém-concluído – havia pintura sendo executava até a manhã. A banda que executou o Hino Nacional também é formado por músicos que não tocam juntos há anos, desde que concluíram seus trabalhos na PM. "Nosso repertório se perdeu, mas vou tocar de ouvido", diz Wilton Antonio Ramos, reformado há mais de oito anos.


Ramos é o exemplo de quem sente efeitos inesperados por conta da aposentadoria. O soldado conta que, quando o tempo de serviço terminou, passou a trabalhar fazendo manutenção de instrumentos musicais e pensava que, agora sossegado, jamais teria problemas de estresse. Até que começou a ter fisgadas no rosto, sem motivo aparente. Conversou com um farmacêutico, que sugeriu o estresse pós-aposentadoria. "Ele disse que, enquanto trabalhamos, é como se o corpo produzisse uma adrenalina. Quando aposentamos, precisamos 'queimar' essa adrenalina até que o corpo e a mente se acostumem. Se não queimamos, aí vem o estresse e a depressão", explica.


O estresse foi combatido com uma fórmula que serve para curar a mente: encontro com os amigos a cada duas semanas. Mais ou menos como o que faz a comissão: lembrando os outros aposentados que têm amigos e não estão sozinhos.


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