O impressor gráfico José Carlos Pereira, 39 anos, mostrava um semblante de incredulidade e tristeza na manhã desta terça-efira. Ele foi uma das dezenas de pessoas que procuraram o 1º Distrito Policial de Londrina para denunciar um suposto esquema de estelionato. A acusação é contra a empresa Serv's Habitacional, com sede e São Paulo e filial em Londrina. Segundo José Carlos e outras dezenas de clientes, um contrato de empréstimo era fechado com a promessa de entregar o dinheiro no prazo de três a seis meses. Mas a empresa não cumpria o prometido, segundo os clientes.
O impressor disse que sente-se até envergonhado de ter de dizer ao dono da casa de seus sonhos, reservada há mais de seis meses, que o negócio não será mais realizado. ''Ela iria custar os R$ 20 mil que eu deveria receber'', recordou. Em entrada e prestações, ele desembolsou R$ 2.472,00. ''Falaram que em três meses sairia o dinheiro e quando deu três meses disseram seis. Depois que paguei seis e não vi a cor do dinheiro, resolvi parar de pagar e quero recuperar o que perdi'', afirmou.
O delegado do 1º DP, Marcos Antônio Belinati, disse que abrirá inquérito para apurar o caso e poderá pedir a prisão preventiva dos diretores da empresa. ''Pelo que soube, é uma empresa que já está atuando na cidade há algum tempo'', afirmou. Ele observou que a Serv's opera de maneira parecida a da empresa Recoflan, que fazia empréstimos a pessoas de baixa renda. Ainda ontem, ele esperava a resposta da Justiça ao pedido de prisão preventiva de sete diretores da Recoflan.
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Nesta terça-feira de manhã, na sede da Serv's, na Rua Quintino Bocaiúva (área central), o tumulto era grande. Dezenas de clientes amontoavam-se na sala de espera tentando recuperar o dinheiro investido. Francismir Pereira Lemes, que se identificou como representante comercial da empresa em Londrina, entregou uma restituição de R$ 550,00 ao repositor Reginaldo Alcântara, 24, que pediu a quebra do contrato e seu dinheiro de volta. A quantia equivale a 80% do total investido. O acordo havia sido fechado anteriormente, junto ao Procon.
Lemes disse que a empresa está trabalhando normalmente e não está descumprindo o que diz o contrato firmado com os clientes. Segundo ele, quem quer cancelar o contrato recebe, conforme o estipulado, 90% do total das parcelas, excetuando-se a entrada. O acerto é feito em um prazo de 60 dias. ''A empresa não vai fechar e ninguém pode afirmar que houve desvio de verba.''