Nesta terça-feira (19) à tarde, os secretários municipais de Planejamento, Orçamento e Tecnologia, Marcelo Canhada, e de Saúde, Felippe Machado, reuniram-se com o gerente-geral da Sanepar na Região Nordeste do Paraná, Gil Gameiro, e com a promotora de Justiça do MP (Ministério Público), Susana Lacerda.
Realizado na Estação de Tratamento de Água Tibagi, situada na Estrada do Limoeiro, o encontro teve o objetivo de discutir as reclamações da comunidade relativas ao gosto e cheiro da água consumida em Londrina.
Conforme informações da Sanepar, desde o dia 9 de dezembro, foram contabilizadas 370 queixas recebidas pela empresa, oriundas de regiões do município abastecidas pelo sistema de captação do Rio Tibagi, que contempla cerca de 55% da cidade.
Leia mais:
'Tenham orgulho da sua cidade', afirma Tiago Amaral, prefeito eleito de Londrina
Aniversário de Londrina terá atrações culturais; confira a programação
Da tradição do café ao cinema: os ciclos da economia de Londrina
Representantes do poder público e sociedade civil projetam futuro de Londrina
Também compareceram ao local integrantes da Vigilância Sanitária da SMS (Secretaria Municipal de Saúde), que realizaram a coleta de amostras de água para análise laboratorial.
O secretário municipal de Planejamento, Orçamento e Tecnologia, Marcelo Canhada, que é o coordenador do CMAES (Comitê Municipal de Acompanhamento da Prestação dos Serviços de Abastecimento de Água e Esgotamento), afirmou que é essencial verificar in loco essa situação para poder fornecer informações precisas à população.
“O Ministério Público também está atento, e já oficiou o Instituto Água e Terra (IAT), do Governo do Estado, para que efetue uma coleta de água para análise, o que também está sendo feito pela Vigilância Sanitária. Precisamos aguardar que esses laudos estejam prontos para que possamos afirmar algo com mais propriedade, mas reforçamos que a água da Sanepar é de ótima qualidade e a empresa merece nosso voto de confiança. De qualquer forma, vamos oficiar a Sanepar perguntando por que isso aconteceu, quais são as providências para que não ocorra de novo e se houve algum risco para a população”, frisou Canhada.
De acordo com o gerente-geral da Sanepar na Região Nordeste do Paraná, Gil Gameiro, a água tratada pela empresa está dentro do padrão adequado de potabilidade, e seu consumo não oferece riscos à saúde da população.
Gameiro afirmou que, em vista do grande número de notícias falsas em circulação, a companhia tem buscado prestar esclarecimentos e informar os munícipes. Salientou, ainda, que a Sanepar tem utilizado equipamentos e produtos para neutralizar o cheiro e o gosto da água, inclusive tendo trazido materiais de Curitiba e do Rio Grande do Sul.
“Essas providências estão sendo tomadas desde o dia 12, e a água já está saindo das torneiras da Estação de Tratamento em excelentes condições, praticamente sem gosto e sem cheiro. Isso significa que toda a água que está armazenada nas tubulações, nos reservatórios e nas caixas d’água será trocada conforme for utilizada. Ou seja, a população não tem que ter medo de tomar água da torneira, e em poucos dias a situação voltará ao normal. Estamos investigando as possíveis causas dessas alterações e também aguardando o resultado da análise do IAT”, disse.
O secretário municipal de Saúde, Felippe Machado, destacou que a visita à Estação de Tratamento foi muito importante porque a equipe técnica da Sanepar explicou detalhadamente a segurança dos seus procedimentos de trabalho, desde o início da captação até a disponibilização de água às residências.
“Nós vamos fazer as análises laboratoriais em parceria com a Universidade Estadual de Londrina, para testar a qualidade e a segurança da água oferecida aos nossos munícipes. É importante frisar, porém, que as unidades de saúde de Londrina não registraram nenhum aumento no número de pessoas procurando atendimentos referentes a doenças intestinais”, sublinhou.
Segundo a promotora de Justiça do Ministério Público, Susana Lacerda, da promotoria de Defesa da Saúde Pública, o MP solicitou que a Sanepar realize uma melhor comunicação com os seus consumidores, já que muitos boatos sobre a questão da água estão circulando.
“O Ministério Público entende que a comunicação da empresa ainda não é suficiente. Isso precisa ser melhorado para assegurar que muitas pessoas que não têm condições de adquirir água mineral para uso próprio fiquem tranquilas, pois não estariam correndo riscos e poderiam retomar a utilização dessa água sem preocupações. Para tanto, o MP sugeriu que a empresa faça uso das redes sociais, que hoje são um grande instrumento comunicativo, e empreguem também outros recursos. Se posteriormente for apurado que houve sim uma contaminação dessa água, a empresa estará sujeita a sanções por infrações sanitárias. Porém, no momento tudo isso ainda está sob análise”, pontuou.