Até o início de novembro, dois quiosques devem começar a funcionar no Calçadão (área central de Londrina). As obras de construção das estruturas onde serão instaladas a floricultura e a cafeteria já foram iniciadas, próximo à Rua Professor João Cândido. A volta dos quiosques acontece seis anos após a remoção desse tipo de comércio do Calçadão, realizada em 2010. Na época, 38 pontos espalhavam-se pela Avenida Paraná e outras ruas do entorno, como a Avenida Rio de Janeiro e a Concha Acústica.
Agora, as construções serão padronizadas e os comerciantes que venceram o processo licitatório para explorar o espaço comercial terão de seguir algumas normas impostas pela Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização (CMTU), como a proibição de venda de bebidas alcoólicas, cigarros e jogos de azar. Ainda há espaço para um terceiro quiosque, próximo à Rua Minas Gerais, destinado a uma banca de jornais e revistas, mas não houve interessados em participar da licitação e a CMTU estuda a republicação do edital.
O termo de concessão foi assinado em 20 de agosto e o prazo estipulado para a conclusão das obras de construção dos quiosques é de 180 dias. O proprietário da cafeteria, Lucas Laurentino da Silva, deverá pagar R$ 7,1 mil mensais pela concessão do espaço e a permissionária da floricultura, Neusa Polônio Violin, R$ 1,5 mil mensais. O contrato é válido por dez anos.
De acordo com Rafael Feitosa, arquiteto e sócio-proprietário da Arena Engenharia e Arquitetura, empresa responsável pela execução das obras dos quiosques, a expectativa é entregar os dois projetos ao mesmo tempo, em novembro, mais de três meses antes do prazo. Os dois quiosques ficam a uma distância de cerca de 50 metros um do outro.
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O projeto dos quiosques foi feito pelo Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Londrina (Ippul). A estrutura é modular e deve ser de aço e vidro. O comerciante pôde escolher entre algumas opções de lateral, que pode ser totalmente aberta ou com janelas. Em 2015, cinco anos após a remoção dos quiosques, o Ippul realizou um estudo sobre o retorno dos quiosques para o Calçadão. Foram ouvidos comerciantes e a população em geral, que afirmaram aprovar a reinstalação dos pontos comerciais.
O projeto do instituto previa cerca de cinco quiosques. Inicialmente, a CMTU abriu licitação para uma cafeteria, uma floricultura e uma banca de jornais e revistas. Para esta última não houve candidatos e a companhia avalia a republicação do edital. "As pessoas não estavam informadas de que a banca de jornais teria permissão para vender café e salgados. Assim que a CMTU licitar, acredito que irão aparecer interessados", disse o diretor de Projetos do Ippul, Humberto Carneiro Leal.
Mateus Polônio Violin, filho da comerciante que venceu a concorrência para a floricultura, disse que a expectativa é inaugurar o espaço no Calçadão no início de novembro. Na construção do quiosque, estão sendo investidos R$ 120 mil. "Minha mãe tem a floricultura aqui em Cambé (Região Metropolitana de Londrina) e a gente estava pensando em ampliar o negócio e abrir outra loja quando vimos o edital de licitação. Entramos na concorrência e vencemos. O ponto é ótimo", disse Mateus.
O quiosque está sendo construído no local onde já funcionou um espaço de venda de flores. "Temos fornecedores que atendiam o antigo quiosque e todos falam que aquele ponto é muito bom. Estamos animados", disse Mateus. O horário de funcionamento da floricultura irá seguir o horário de funcionamento do comércio.
SEM BEBIDAS
"Acho muito bom que os quiosques voltem para o Calçadão para alegrar e atrair mais gente para cá", disse o contabilista aposentado João Pinetti. "O Calçadão ficou mais limpo sem os quiosques, mas acho interessante que voltem desde que não vendam bebidas alcoólicas", afirmou o assistente administrativo Bruno Moreira.
A vendedora ambulante Marta Peruci também aprova o retorno dos quiosques, mas defende a legalização dos ambulantes. "Para quem vai abrir o quiosque aqui é ótimo. Tem muito movimento, o ponto é excelente. Mas deveriam deixar a gente vender os nossos produtos também porque o desemprego está demais, a crise está feia. A CMTU pega muito no pé da gente. Eu me sinto humilhada", queixou-se.