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Efeitos do tempo

Residencial Alegro Villagio já tem sinais de abandono

Paulo Monteiro/NossoDia
19 fev 2018 às 16:36

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- Paulo Monteiro/NossoDia
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Sonho de muitas famílias, o Residencial Alegro Villagio já sofre os esfeitos do tempo. Sonho que tinha data e lugar para se tornar realidade, mas que até agora ficou apenas na imaginação. Localizado no extremo sul de Londrina, próximo ao Conjunto Jamile Dequech, o empreendimento do Minha Casa Minha Vida teve início há mais de quatro anos. Com previsão de entrega para outubro de 2017, a construção dos prédios foi paralisada. Na última semana, a reportagem registrou cenas de abandono no local.

A estrutura dos prédios já demonstra desgaste. Há buracos nas paredes e janelas estilhaçadas. O matagal avança e toma parte do terreno, mas não encobre todos os problemas. Sobra água parada, além de manilhas e outros equipamentos no canteiro de obras. O Aedes aegypti, transmissor da dengue, se cria em água parada.

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O Residencial Alegro Villagio está localizado em frente ao Colégio Estadual Carlos Augusto Mungo Genez, que possui mais de 500 alunos. "Há pouca movimentação nesta obra desde o fim de 2017", comentou o vice-diretor do colégio, Sandro Severino. "Neste terreno, onde atualmente estão os prédios, havia uma grande área verde, com diversas árvores. Era lindo. Hoje há uma obra não finalizada no lugar", disse ele, que ficou apreensivo após saber que há água parada no espaço.

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Parte dos moradores do Conjunto Jamile Dequech, bairro vizinho, desconfia da conclusão do Residencial Alegro Villagio. "Isso já virou história. Esta obra sofreu diversas paralisações desde o início", revelou a operadora de telemarketing Ledriane Paula dos Santos. "Eu acho que a última paralisação foi em outubro do ano passado. Os trabalhadores nunca mais voltaram", contou.

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A Cohab (Companhia de Habitação de Londrina) abre as inscrições e realiza os cadastros das famílias interessadas. Em 2017, a Cohab executou sorteios das moradias do Alegro Villagio. A oferta de residências é menor que a quantidade de pessoas inscritas nos programas habitacionais. Um total de 144 apartamentos. Na quinta (15) e na sexta-feira (16), a reportagem tentou ouvir o presidente da Cohab (Companhia de Habitação de Londrina), Marcelo Cortez. Porém, na tarde de quinta, ele não foi encontrado em seu gabinete, pois estaria em um reunião na Prefeitura. Na sexta-feria, o contato por telefone não foi possível.


Caixa aguarda construtora

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O atraso na conclusão da obra pode estar ligado ao episódio da ocupação das 1.218 unidades do Residencial Flores do Campo, zona norte. O município teve bloqueados os recursos do FAR (Fundo de Arrendamento Residencial). A reportagem encaminhou as perguntas para a assessoria de imprensa da Caixa, em busca de informações sobre o motivo da paralisação e a data da retomada do projeto. Além disso, a reportagem pediu uma previsão de quando as famílias seriam contempladas.


Em nota, a Caixa Econômica Federal pouco explicou, informando apenas que "a obra do Residencial Alegro Villagio está sob responsabilidade da construtora, que apresentou novo plano de ação ao banco para término das obras. O plano está em fase de análise e adequações. A Caixa esclarece que a conclusão do empreendimento está relacionada à aprovação desse novo plano de ação", enviou. Nada sobre prazos de entrega, justificativa pelo atraso ou mesmo possíveis punições aos responsáveis pela demora na entrega na obra,


Seleção priorizou desabrigados

Segundo o site da Cohab, entre os critérios de seleção estão as pessoas desabrigadas por área de risco ou catástrofe com relatório da Defesa Civil. Além de mulheres chefes de família, famílias onde há pessoas com deficiência, inscritos no Programa Bolsa Família ou BPC (Benefício da Prestação Continuada), famílias com filhos menores de 18 anos de idade e aquelas que já vivem próximas ao empreendimento. O empreendimento Residencial Alegro Villagio ocupa uma área de 7.500 m² quadrados e contará com nove blocos com quatro andares cada um. Os apartamentos têm 43 metros quadrados de área total e o valor das prestações vai variar de R$ 80 a R$ 250, dependendo da renda familiar. Já o condomínio deve ficar entre R$ 150 e R$ 200. Em 2013, o valor total da obra era de R$ 9.648.000,00.


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