Uma reunião realizada nesta quarta-feira entre os diretores da Sanepar e representantes da Secretaria de Ação Social de Londrina pode marcar o início das mudanças das regras de inclusão de famílias carentes no programa de tarifa social da empresa.
O encontro foi marcado depois que a Justiça determinou a prisão do gerente metropolitano da Sanepar, Oscar Alberto Coutinho Fernandes, na semana passada, por desobediência a uma liminar concedida pelo Tribunal de Alçada.
A liminar, conseguida no ano passado, garantia o fornecimento de água a uma família carente da zona oeste.
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No dia 16, por determinação da direção da empresa, a água da casa do aposentado Albertino Marques, 73 anos, foi cortada.
Mas assim que soube do pedido de prisão, a Sanepar refez a ligação. O corte, segundo a assessoria de imprensa da empresa, havia sido determinado pela antiga diretoria.
Fernandes, que assumiu a gerência da Sanepar no ínicio do mês, disse que o estudo das novas regras está sendo feito a pedido do Governo do Estado.
Para isso, a Sanepar está trabalhando em parceria com a prefeitura, consultando os cadastros do Cartão Cidadão. A empresa pretende criar limites progressivos de consumo de água.
Pelas regras atuais, a tarifa social permite o consumo mensal de 10 metros cúbicos de água (10 mil litros), no valor de R$ 4,90. Se o local tiver rede de esgoto a Sanepar cobra mais R$ 2,45.
''Tem famílias com mais de 10 pessoas em que fica impossível esse limite de consumo'', reconhece.
Por causa da inadimplência, que é muito grande, a maioria das famílias cadastradas no programa da tarifa social acaba perdendo o direito ao benefício.
De acordo com o gerente, nos últimos sete anos, de 14 mil famílias restam apenas mil que utilizam a tarifa em Londrina. O estudo deve garantir alternativas para que as contas atrasadas sejam quitadas.
Pelas regras atuais, além do limite de consumo, as famílias precisam ter renda inferior a dois salários mínimos e morar em uma casa de até 60 metros quadrados.