A Sanepar de Londrina vai incluir no planejamento plurianual o monitoramento das áreas irregulares para ter um levantamento do volume de ligações clandestinas de água e também de esgoto. Segundo o gerente geral da Sanepar na região Nordeste, Sérgio Bahls, Londrina poderia ser a primeira no ranking do saneamento se não fossem as áreas irregulares. A cidade ocupa a segunda posição. Dados do Instituto Trata Brasil apontam que 68 mil pessoas moram em 53 assentamentos irregulares e em todas elas há ligações clandestinas de água.
Para Bahls, o grande desafio é em relação à coleta e tratamento de esgoto, pois muitos assentamentos estão em áreas de preservação permanente. No quesito abastecimento de água, a preocupação é com o alto consumo. "Na área de invasão não tem a preocupação de economizar, pois mesmo quem paga faz uso da tarifa social e não evita o desperdício", afirmou. Para tentar conscientizar para o uso racional da água, a Sanepar tem feito um trabalho de orientação com a ajuda de uma assistente social.
Preocupado com a qualidade da água, o autônomo José de Oliveira, de 49 anos, que tem uma ligação clandestina em casa, comprou um filtro. "Assim a água fica mais natural", afirmou, garantindo que evita o desperdício.
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O vizinho Moacir Diniz, de 45 anos, que é pedreiro, tem medidor em casa, mas fez uma "gambiarra" na casa da filha que mora em frente. "Ali (apontando para casa) a gente fez um rabicho, porque agora para colocar um registro só depois que legalizarem, mas muita gente puxa porque não quer pagar a conta mesmo", comentou.
De acordo com Bahls, as perdas da empresa não estão só com a água consumida e não paga, mas também com os reparos dos danos provocados quando são feitas as ligações. "Essas ligações provocam queda de pressão, as intervenções podem quebrar a rede e comprometerem a qualidade da água fornecida", afirmou.
A Sanepar e a Companhia de Habitação de Londrina (Cohab-Lnd) estão fechando uma parceria para fazer uma sondagem de solo na intenção de encontrar uma solução para legar água e esgoto com segurança à comunidade.