José Hilário, servidor do Instituto de Desenvolvimento de Londrina (Codel) denunciado pelo Ministério Público (MP) por participação em um suposto esquema de cobrança de propina, teria se utilizado do dinheiro obtido através da vantagem indevida para ajudar o time de futebol amador de um bairro da cidade. É o que aponta resultado de uma sindicância feita pela própria Codel. "O empresário disse em depoimento à comissão sindicante, que pagou oito parcelas de R$ 300 ao funcionário público", contou o presidente do Instituto de Desenvolvimento, Bruno Veronesi, em entrevista ao Bonde nesta quinta-feira (13).
A comissão da Codel também investigou a participação do servidor Eduardo Reale no suposto esquema. "Os empresários não chegaram a confirmar o pagamento de propina ao servidor, mas alegaram que repassaram o dinheiro para a Eliana Texeira Gonzaga. Ela e o funcionário tinham um caso, segundo os depoentes", observou Veronese. Reale e Eliana também foram denunciados pelo Ministério Público (MP) por corrupção e associação criminosa. De acordo com as investigações, o grupo cobrava a vantagem indevida em troca da liberação de terrenos públicos às empresas.
A sindicância da Codel pede para que Hilário e Reale sejam alvos de um processo administrativo disciplinar. A investigação levou em conta o artigo 482 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), que aponta que ninguém, no exercício do cargo, pode favorecer a si mesmo ou a terceiros. Bruno Veronesi acatou a solicitação da comissão. "Vamos formar um novo grupo, que ficará responsável por fazer uma análise ainda mais complexa, agora levando em conta a avaliação já realizada", explicou.
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A nova comissão deve ser formada em cinco dias dentro da Codel. A equipe vai ter até três meses para concluir os trabalhos. Os servidores acusados podem ser expulsos do funcionalismo municipal no final do processo. "É claro que eles vão ter direito à ampla defesa", garantiu o presidente do Instituto de Desenvolvimento.