A defesa do padre Silvio Andrei anunciou que vai entrar na justiça com ações de danos morais contra o Estado e veículos de comunicação. Preso em Ibiporã, na madrugada do domingo dia 16 de maio, acusado de dirigir embrigado, de ato obsceno e ainda por corrupção ativa por supostamente ter tentado subornar policiais, a defesa argumenta que o religioso teve a imagem exposta indevidamente.
Em entrevista à rádio CBN, o advogado do padre, Walter Bittar, declarou que as imagens do circuito-interno da delegacia de Ibiporã são claras, mostrando o padre, que estava algemado pela canela e pelas mãos, sendo humilhado. Por isso, de acordo com advogado, como os policiais são servidores, o Estado tem que responder pelas atitudes deles.
"Não é a minha avaliação, eu acho que a sociedade como um todo está indignada e já viu o abuso. O abuso nas próprias imagens, uma pessoa algemada pela canela. Imagens da televisão mostrando que ele é agredido dentro da delegacia. Imagens mostrando que as vestes dele, ele tentando se vestir para não ser filmado, são tomadas pelo próprio policial militar. Isso está nos autos, está filmado, e essas filmagens foram conseguidas no circuito-interno da própria delegacia. E essas imagens estão sob segredo de justiça, porque são imagens um tanto quanto vexatórias. Portanto, por todos esses motivos, por tudo que está veiculado, que as pessoas viram, isso configura por si só dano moral. E por isso ele tem que ser ressarcido pelo Estado, porque é o Estado, por meio dos policiais, que exerce o direito de punir, o direito de processar. Só que isso tem que ser feito dentro do limite da Constituição e da legislação brasileira. Está claro, porque as imagens falam por si só, tudo que aconteceu".
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Ainda à CBN, Walter Bittar admitiu que Silvio Andrei estava embrigado e acrescentou que a maior dificuldade da defesa é que o sacerdote não se lembra perfeitamente do episódio.
"O grande problema da nossa defesa hoje é que ele não se lembra dos fatos, ele lembra muito pouco do que aconteceu, porque de fato ele bebeu, não se nega, ele estava embriagado, então por esse crime ele responderá. Ele responderá tanto administrativamente como criminalmente pelo que fez, mas pelo que fez, não por toda uma série de fatos inverídicos que está sendo colocado contra ele e que a própria investigação já mostrou que não são como foram narrados pela própria Polícia Militar".
Quebra do segredo de justiça
A defesa, conforme o advogado Walter Bittar, estuda a possibilidade de solicitar ao juiz de Ibiporã, Ségio Neme, para que acabe com segredo de justiça do inquérito. A intenção é provar à socidade que o padre foi agredido dentro da delegacia.
"Nós queremos fazer uma solicitação ao juiz para que nos permita mostrar a imprensa as imagens que nós temos e os depoimentos que foram prestados, que são a evidência maior que a versão da polícia não se sustenta com os dados colhidos na investigação. Para que não se fale que é argumentação de defesa ou artimanha de advogado, conforme já foi dito". (com rádio CBN)