Os números do uso de medicamentos no Brasil são assustadores: 15% da população consomem 90% da produção farmacêutica; 25% a 70% dos gastos, em saúde, correspondem a despesas com medicamentos e, de 50% a 70% das consultas médicas geram receitas, mesmo que o paciente não necessite de medicamento, segundo a pesquisa, o que tem causado muitas intoxicações por uso indevido.
Os dados foram apresentados durante o 1° Encontro Nacional para Implementação da Política de Uso Racional de Medicamentos, realizado em Curitiba, do qual participaram farmacêuticos da Secretaria de Saúde de Londrina. O levantamento atesta ainda, que 75% das prescrições médicas têm utilização errônea de antibióticos que levam, na maioria dos casos, pacientes a adquirir resistência bacteriana e que somente 50% dos pacientes usam medicamentos corretamente.
Conforme a farmacêutica da Centrofarma, da Secretaria de Saúde, Fabiana Daher Costa, vive-se hoje no Brasil uma cultura medicalizadora, onde o sistema de saúde é organizado numa concepção curativa e a população muitas vezes exige do médico uma prescrição. "As pessoas acham que é o remédio que cura e não a mudança de hábitos, alimentação e outras terapias. Auto-medicação é um problema de saúde pública", declarou. De acordo com Fabiana, "muitos profissionais da saúde acabam receitando novidades, influenciados pela propaganda dos laboratórios".
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Londrina vem participando da elaboração de novas políticas visando o uso racional de medicamento porque a cidade é um exemplo nesta área. "Como estratégia de solução para o problema apontamos a construção de uma nova cultura com a classe médica, pautada em prescrições racionais; a prioridade de receitar os medicamentos essenciais definidos pela Relação Nacional de Medicamentos e acompanhadas pelos comitês de farmácia e terapêutica", informou Fabiana.
Segundo a farmacêutica, Londrina tem a sua comissão de farmácia e terapêutica, formada por médicos, farmacêuticos e enfermeiros, com caráter consultivo e técnico, em funcionamento desde 2001. O objetivo é assessorar na implementação das políticas de medicamentos, como seleção, programação, prescrição, dispensação e uso racional. (Com informações da ACPML)