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Trânsito de Londrina

Vereadores tentam regulamentar flanelinhas

Marco Feltrin - Redação Bonde
28 jan 2010 às 14:37

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- Auber Silva/Equipe Bonde
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A Câmara de Vereadores de Londrina retorna aos trabalhos na próxima terça-feira (2) e um dos projetos inscritos na pauta de discussão trata da regulamentação da atividade de guardador autônomo de veículos, os populares "flanelinhas". De autoria do vereador Zaqueu Berbel (PRP), o projeto recebeu parecer contrário da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa.

"Não há como negar que os flanelinhas são realidade em nosso Município. Em todos os grandes eventos nós os encontramos auferindo sua renda. A finalidade desta mensagem é fazer com que eles saiam da clandestinidade e se identifiquem para a sociedade", argumenta Berbel.

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Alguns flanelinhas mostraram-se favoráveis a medida. "Está certo regulamentar, dá mais segurança", disse o guardador Eduardo Augusto de Sousa. "Acho um boa. Concordo em até pagar taxa anual como autônomo, até para ajudar na aposentadoria", comentou Cícero Gerônimo da Silva.

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Sousa ganha cerca de R$ 25/dia, trabalhando das 7h às 18h. Já Silva fica na rua apenas um turno e lucro aproximadamente R$ 10/dia. "É difícil ser flanelinha. A gente escuta muita coisa. A maioria não paga. Fala que volta em breve e nunca mais aparece", comentou. Silva cuida de um ponto ao lado da Santa Casa, na rua Espírito Santo.

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Quem não gostou da medida foram os motoristas. "O bom seria não ter. Não é possível pagar tanto imposto e mesmo assim aguentar isso. Fico com receio de mexerem no carro e pago o flanelinha", disse a cartorária Delba Martins. "Sou contrário a proposta. A gente tem que ter o direito de estacionar onde quiser", afirmou Otaviano Pacheco, servidor público. "Entre a Zona Azul e o flanelinha, prefiro a primeira opção", enfatizou.


Longa discussão

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Esta, no entanto, não é a primeira vez que vereadores tentam regulamentar a atividade na cidade. A primeira delas foi em 1992, com o então vereador Alex Canziani. À época, a CCJ entendeu que as vias públicas são de uso comum público: "sua utilização para estacionamento de veículo não exige, em princípio, autorização expressa da Administração e nem retribuição de natureza pecuniária". O projeto foi retirado de pauta quatro anos depois.


Em 1998, Salvador Francisco voltou a propor a regulamentação, mas o projeto foi arquivado definitivamente em dois anos. Félix Ribeiro foi outro a tentar regulamentar a atividade de flanelinhas, em 2004, mas o projeto também acabou arquivado no mesmo ano.

No projeto de Zaqueu Berbel, a Comissão de Justiça afirma que está amparado pela Lei Orgânica do Município por tratar de matéria de interesse local. No entanto, a Comissão argumenta que o projeto tem vício de iniciativa, já que deveria partir do Executivo Municipal, pois cabe privativamente ao Prefeito a iniciativa de leis que criem atribuições para secretarias municipais. "Sugerimos que se estude a possibilidade de se regulamentar a categoria sob a forma de cooperativa , conforme indica o parecer do Conselho Tutelar do Município de Londrina", completa o texto da CCJ.


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