A maior preocupação das 35 famílias indígenas que vivem na aldeia urbana Kakané Porã, no bairro Campo de Santana, em Curitiba, é manter viva a cultura, em especial a língua caingangue. "Desta maneira nós não perdemos a nossa identidade, mesmo vivendo há vários anos dentro de uma metrópole", afirma Rosana Salete Rodrigues, moradora local responsável por ministrar aulas do idioma nativo para as 63 crianças da aldeia.
Em Kakané Porã vivem descendentes de três diferentes etnias - são quatro famílias de guaranis, quatro de xetás e 27 de caingangues. Adaptados à vida em meio urbano, lutam para preservar suas tradições.
"Todos os índios que vivem aqui trabalham em empresas, temos pedreiros, metalúrgicos, motorista, padeiro. Usamos carros, motos, roupas da cidade, já estamos acostumados com a cultura do homem branco. Mas não podemos esquecer das raízes, porque senão elas acabam se perdendo e não queremos apagar a nossa história", ressalta o cacique da aldeia, Carlos Luis dos Santos, 49 anos.
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As 35 casas, construídas pela Cohab em área de 44 mil metros quadrados, são dispostas em círculo, sem muros separando os lotes e com uma oca de madeira na praça central.
Além de ser o palco das aulas de caingangue, a oca central é utilizada para outras finalidades. Lá são realizados cultos e apresentações culturais. É também onde a comunidade se encontra, para a realização das reuniões mensais com os moradores.
Outro aspecto da cultura caingangue que sobrevive em Kakané Porã é o artesanato, que ajuda no sustento de boa parte das famílias. Os itens são vendidos em feiras no centro da cidade.