A auditoria que vai definir a concessão da licença de operação da Refinaria Getúlio Vargas (Repar), em Araucária, Região Metropolitana de Curitiba, encerrou deixando diversas dúvidas para as entidades ambientais envolvidas. Ninguém teve acesso ao conteúdo da avaliação e o Instituto Ambiental do Paraná (IAP) - que pretende utilizar as informações da auditoria para validar a licença da Repar - preferiu não se pronunciar sobre o assunto até a conclusão do relatório dos auditores, previsto para ser entregue em 30 dias.
Segundo nota emitida pela Repar - único documento divulgado sobre a auditoria - o auditor Hugo Pacheco disse que a refinaria foi avaliada "sob controle e com oportunidades de melhoria, o que significa que a Repar está de parabéns". Mas a informação causou estranheza, principalmente porque a própria assessoria de imprensa da Repar admite que os auditores não podem se pronunciar antes do relatório da auditoria ser concluído.
Além disso, complementa o diretor da Sociedade de Proteção e Pesquisa em Vida Selvagem (SPVS) Clóvis Borges, uma auditoria não é realizada para "parabenizar" ninguém e sim para apontar as possíveis falhas e também as melhorias a que a que empresa deve ser submetida.
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A auditagem da Repar atendeu à Resolução 265 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) depois que sucessivos acidentes ocorreram na refinaria. O mais grave causou o vazamento de 4 milhões de litros de óleo cru nos Rios Barigüi e Iguaçu. Ao todo, 4,8 milhões de litros de óleo vazaram em pelo menos nove incidentes registrados no Paraná desde 1999.
Para realizar a auditoria, os auditores do Bureau Veritas (empresa de auditagem em Sistema de Gestão de Qualidade, Segurança e Meio Ambiente) definiram quatro critérios de avalição: intolerável; moderado; sob controle; com oportunidades de melhoria e estado da arte, termo técnico que significa o máximo de desempenho e qualidade.
A auditoria envolveu todas as áreas da refinaria e segundo a Repar foram avaliados os Planos de Contingência, condições de instalações industriais, a relação da operação da refinaria com o meio ambiente, entre outros que pretendem detalhar a estrutura da subsidiária da Petrobras, desde equipamentos aos sistema de segurança e produção.
Esses critérios avaliados na auditoria vão servir de base para que o IAP conceda a licença ambiental da refinaria, que venceu em setembro do ano passado. Desde o vencimento, a Petrobras opera com licença provisória.