Alvo de um ataque que assolou computadores do mundo todo, o site da Câmara de Vereadores de Tamarana (60 km de Londrina) permanece "debilitado". Nesta quinta-feira (18), a presidência do Legislativo irá receber um balanço daquilo que foi perdido e ainda pode ser recuperado. O levantamento está sendo feito por uma empresa londrinense, responsável pelo servidor. Na última sexta, hackers deixaram 200 mil vítimas em pelo menos 150 países, conforme apurou o Serviço Europeu de Polícia (Europol). Uma espécie de vírus sequestrou dados de vários órgãos públicos.
Enquanto isso, o diretor da Câmara de Tamarana, Ademir Ferreira, reconhece que uma instituição deve ser contratada, mediante licitação, para digitalizar os documentos que eventualmente não serão mais recuperados. "O problema é a burocracia", avaliou. Ele não soube definir uma data para que o processo seja lançado, mas disse que "este passo será dado depois que soubermos do que foi perdido".
Ferreira acredita que as matérias legislativas, como projetos de lei, atas, pautas, indicações, requerimentos, além da folha de pagamento dos funcionários da Câmara, o Portal da Transparência, as gravações das sessões via vídeo e áudio e toda a parte contábil não devem ser restabelecidas. Mesmo assim, os vereadores devem retornar ao trabalho na próxima segunda-feira. "A rotina vai mudar bastante. Não há como quantificar os prejuízos. Agora, se o parlamentar quiser pesquisar um projeto antigo, terá que recorrer ao arquivo", comentou.
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Segundo o diretor, a Câmara de Tamarana, que conta com apenas dois servidores comissionados, não possui ninguém para cuidar especificamente do acervo. "É uma adaptação meio que forçada. Vamos driblando os obstáculos até que tudo seja restabelecido". Ele confirmou que os hackers foram ainda mais ousados. "Aumentaram o valor para que liberassem o site. Passou de US$ 300 para 600 em bitcoins (moeda virtual).
O pagamento, segundo Ferreira, não foi feito. "Estamos mexendo com dinheiro público. Não há como fazermos isso. Vamos esperar que a empresa recupere os dados", completou.