Entidades ambientalistas e órgãos governamentais uniram-se neste verão para realizar um cerco ao tráfico e comércio ilegal de animais na região de Curitiba e litoral do Estado. O alvo principal da campanha é impedir o tráfico do papagaio-de-cara-roxa, ave em extinção, que não existe em nenhum outro lugar no mundo, a não ser no litoral do Brasil.
A Sociedade de Proteção à Vida Selvagem (SPVS) está realizando, desde dezembro, uma campanha advertindo sobre os riscos do tráfico ilegal junto a turistas e moradores do maior habitat deste tipo de papagaio, as ilhas do Mel, Peças e Rasa. Vinte voluntários estão trabalhando, percorrendo pousadas, fazendo palestras e distribuinbdo material impresso.
O cerco ao tráfico dos animais intensifica-se no verão por dois motivos: é o período de reprodução da fauna e por ser a época em que aumenta o comércio ilegal no litoral do Paraná. As espécies mais visadas são aves como o curió, pintassilgo, canário da terra, pichochó, trinca-ferro, além da araponga e tucano. Os papagaios, por sua vez, são bastante visados em função da cultura predominante de que trata-se de um bicho próprio para ser domesticado.
Leia mais:
Órgãos estaduais do Paraná vão ter escala especial de funcionamento nesta quarta-feira
Estrada da Graciosa tem pare-e-siga nesta terça-feira para recuperar local de queda de árvores
Detran alerta para golpes por mensagens SMS
Queijo do Paraná está entre os nove melhores do mundo
Estima-se que hoje existam apenas 4,5 mil papagaios-de-cara-roxa, que vivem em um trecho da Mata Atlântica, que abrange do sul de São Paulo até o extremo norte de Santa Catarina. Destes, cerca de 3,5 mil vivem no Paraná, principalmente nas ilhas da baía de Paranaguá. ""Este papagaio sofre ainda mais com o tráfico porque ele não consegue viver fora de seu sistema natural"", diz Fialho. Não há estatísticas sobre o tráfico deste animal no País. Estima-se, no entanto, que no Brasil todo entre 12 a 15 milhões de animais sejam retirados anualmente da natureza e que só em São Paulo cerca de 1 milhão de animais selvagens vivam em cativeiro.
Leia mais em reportagem de Maigue Gueths, na Folha do Paraná desta quarta-feira