O prefeito de Curitiba, Gustavo Fruet, informou nesta sexta-feira (3), em entrevista coletiva, que a capital vai dar um aporte financeiro de R$ 5,5 milhões para garantir a demanda do transporte público na Rede Integrada de Transporte (RIT) da Região Metropolitana. A verba vale para o mês de maio, até que o governo decida se vai ou não continuar com o aporte para a Grande Curitiba.
Governo do estado e prefeitura ainda estão em queda de braço sobre o subsídio do transporte coletivo e a manutenção da Urbanização de Curitiba (Urbs) como empresa que gerencia a RIT. Tanto a verba do governo como o contrato da Coordenação da Região Metropolitana de Curitiba (Comec), que permite a Urbs gerenciar o transporte, terminam na próxima terça-feira (7).
Em tentativa de amenizar, ao menos por um mês, a dúvida sobre o futuro do transporte, o prefeito da capital decidiu retirar dos cofres públicos do município a verba, além de acionar a Justiça para que a Urbs continue no gerenciamento dos ônibus da RIT. A empresa, por ser de Curitiba, só tem a autorização de entrar nos municípios da RMC por causa do contrato com a Comec.
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"Queremos garantir que o preço da tarifa continue o mesmo e que o sistema continue funcionando da mesma forma. Para evitar qualquer problema, vamos pedir para a Justiça uma autorização para que a prefeitura possa manter o gerenciamento e, se não houver posição do governo do estado até segunda-feira, independente do ICMS do diesel, aplicar o subsídio com recursos da prefeitura provenientes da receita dos impostos sobre o funcionamento do sistema de transporte na capital", disse Fruet.
O prefeito informou que a assinatura da isenção do ICMS do óleo diesel a partir de segunda-feira pelo governador Beto Richa representa em torno de R$ 1 milhão a mais para a RIT. Porém, isso não cobre toda a despesa do transporte metropolitano - em torno de R$ 6,5 milhões. A diferença será dada, dessa forma, pela cidade de Curitiba. "Nós vamos utilizar a cobrança do ISS (Imposto Sobre Serviço) do transporte, só de Curitiba, para cobrir essa diferença", completa o prefeito.
As negociações com o governo do estado continuam. O prefeito afirma que o acordo entre prefeitura e Estado é necessário. Na quinta-feira (2), a assessoria de imprensa do governo do Estado informou ao Portal Bonde que as reuniões permanecem, de forma diária, para que se chegue a um consenso.
O dinheiro dado pelo governo cobre um déficit mensal na RIT, segundo Fruet. A tarifa de Curitiba e das cidades da RMC é de R$ 2,85, mas a tarifa técnica, que é o custo real por passageiro, está em R$ 3,12. A diferença de R$ 0,27 é coberta pelo aporte financeiro do governo. "Vem se acumulando déficit, vem se acumulando desequilíbrio, e uma hora isso estoura", afirma Fruet. A comissão da tarifa e a pesquisa de origem e destino feita nas cidades que integram a RIT deve nortear, explica o prefeito, novos meios de diminuir o déficit.