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Cargill quer ajuda da Procuradoria

Vânia Casado - Folha do Paraná
23 mai 2001 às 12:10

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A Cargill quer a intervenção da Procuradoria do Estado para ajudar a solucionar o impasse criado no terminal de fertilizantes da Fospar, de propriedade da empresa, no Porto de Paranaguá. O terminal está paralisado desde a última sexta-feira quando os estivadores que operam no porto invadiram e incendiaram as instalações e equipamentos da empresa devido a desentendimentos sobre a contratação de mão-de-obra.

O navio Amalfi que devia ter descarregado adubo no terminal da Fospar na última sexta-feira foi desviado para o cais público do porto. Com isso a Cargill teve um custo adicional de R$ 350 mil para ocupar o berço que é operado por outras empresas. Outros custos como o transporte da matéria-prima entre o cais até a fábrica ainda não foram computados. Enquanto isso, a empresa ficou com todas suas instalações e equipamentos totalmente parados. Os investimentos feitos no terminal da Fospar, inaugurado em novembro do ano passado, custaram R$ 22 milhões à Cargill.

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A preocupação é com relação à proxima semana quando deve atracar outro navio no terminal. Segundo o gerente de portos da Cargill, Hermes Anguinoni, até lá ele espera que empresa e sindicato dos estivadores voltem à mesa de negociações de forma civilizada. Só que para isso ele conta com a ajuda da Procuradoria porque entende que é um órgão neutro e sem tendências entre as partes.

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O gerente da Cargill admitiu que o conflito ocorrido na última sexta-feira surpreendeu a empresa e que os "atos de vandalismo provocados pelos estivadores é inconcebível num País democrático". Apesar disso, Anguinoni disse que a empresa vai agir dentro da legalidade e antes de tomar qualquer atitude como a possibilidade de recorrer à Justiça, vai aguardar o inquérito instalado pela Polícia Civil.


De acordo com nota emitida pela Cargill, a empresa solicitou o trabalho de cinco homens da estiva, no início da operação podendo chegar a 18 trabalhadores até o final do trabalho de descarregamento do navio. Esse procedimento revoltou o sindicato dos estivadores que previa a ocupação de 40 homens. O terminal da Fospar é totalmente automatizado e já era esperado que a empresa não utilizasse tanta mão-de-obra como as propostas feitas no OGMO - Órgão Gestor de Mão-de-Obra.

A empresa propôs pagar de R$ 104,00 até R$ 348,00 para cada estivador, durante o período de seis horas, dependendo da quantidade de toneladas carregadas e do horário trabalhado. Esses valores estão acima da média praticada no porto de Paranaguá, destacou Anguinoni.


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