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Chefe do Ibama é afastado pela segunda vez

Ellen Taborda - Folha do Paraná
17 out 2001 às 20:43

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Em apenas uma semana, o gerente-executivo do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) no Paraná, Luiz Antonio Nunes de Melo, mais conhecido como Manaus, foi afastado pela segunda vez do cargo. Uma comissão de sindicância chega a Curitiba na próxima semana para investigar duas denúncias de irregularidades contra ele.

Segundo o procurador geral do Ibama, Vicente Gomes, Manaus vai ficar afastado do cargo por um mês enquanto a comissão de sindicância faz as investigações. "Dependendo dos resultados, ele pode ser reconduzido ao cargo ou até exonerado novamente", afirmou Gomes. Quem está respondendo pela superintendência do instituto no Paraná enquanto durarem as investigações é o gerente substituto Nilto Melquíades da Silva.

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A comissão, composta por um procurador e dois técnicos, vai investigar dois processos administrativos contra Manaus. O primeiro é sobre a extração ilegal de palmito em uma fazenda de propriedade do Ibama, no Litoral. Manaus foi citado como conivente no caso que está sendo investigado pela Polícia Federal de Paranaguá, no Litoral, e pelo Ministério Público. Em depoimento à polícia, os homens que extraíam o palmito contaram que o produto seria usado como pagamento à empresa que fazia a segurança do local, o que teria sido acertado pelo próprio Manaus.

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O outro processo investiga a autorização para importar pneus concedida por Manaus a uma empresa de Piraquara, Região Metropolitana de Curitiba. Ele é acusado de autorizar a empresa BS Colway Remoldagem de Pneus Ltda. a importar mais de 1 milhão de pneus inservíveis, ou seja, sem utilidade alguma. A importação de usados está proibida por uma portaria, de setembro do ano passado, do Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Manaus se defendeu dizendo que só autorizou a importação de pneus conforme determinação do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama).


Em 8 de outubro, Manaus foi exonerado do cargo através de uma portaria. Três dias depois, voltou ao cargo por interferência do ministro do Meio Ambiente, José Sarney Filho. De acordo com o procurador geral, o ministro achou que a exoneração foi precipitada. "Primeiro, as denúncias têm que ser bem investigadas."

Quando retornou ao cargo, na semana passada, Manaus chegou a convocar a imprensa para uma entrevista coletiva para comemorar o retorno. O último afastamento foi publicado no Diário Oficial da União na segunda-feira. Manaus foi procurado pela reportagem da Folha, mas o celular estava desligado.


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