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Danos ambientais

Coalizão alerta para perigos da busca por gás e petróleo no Norte Pioneiro

Redação Bonde
27 mai 2016 às 12:15

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- Divulgação
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A exemplo dos testes sísmicos realizados no final do ano passado nas regiões de Londrina e Maringá, agora a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustível (ANP) começa buscar gás e petróleo em Ribeirão Claro e cidades da região do Norte Pioneiro. Os testes iniciam nesta sexta-feira (27) e seguem até outubro. A operação será realizada com caminhões que emitem vibrações captadas por sensores, que serão instalados às margens das rodovias PR-431, 218, 092 e 517.

Diferente do que aconteceu à época das explorações, quando a ANP realizou testes idênticos na região de Londrina, desta vez a empresa contratada pela ANP, a Global Serviços Geofísicos, informou que o equipamento de 29 toneladas provoca 'pequenos tremores em áreas próximas' às rodovias pelas quais percorrerá e os resultados são registrados para análise posterior.

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Naquela ocasião uma série de tremores de até 1,9 graus foram registrados na região Norte. Centenas de moradores ficaram assustados com as misteriosas rachaduras que apareceram em vários bairros de Londrina, além de municípios da região metropolitana, como Arapongas (foto), Cambé e Rolândia. A Defesa Civil informou na época que, somente em uma semana, recebeu cerca de 400 pedidos de vistoria em casas afetadas em Londrina. Muitas foram condenadas e tiveram que ser demolidas.

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Em janeiro, um relatório emitido pelo Centro de Sismologia da USP atribuiu os estrondos ouvidos e sentidos em Londrina a pequenos tremores de terra com foco na camada de rocha basáltica, abaixo da camada de solo. De acordo com o estudo, os tremores foram causados pelo deslocamento repentino, de apenas alguns milímetros, de um bloco de rocha ao longo de fraturas geológicas.

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No entanto, para a COESUS – Coalizão Não Fracking Brasil e pela Sustentabilidade, que desde 2013 promove a campanha Não Fracking Brasil, os tremores podem estar associados às explorações da ANP na região.


"Mais uma vez a ANP avisa a população somente às vésperas de realizar testes exploratórios desta natureza, sem oferecer detalhes com antecedência e transparência sobre os riscos de se fazer a exploração de gás de xisto pelo fraturamento hidráulico (Fracking)", alerta o fundador da COESUS, o engenheiro Juliano Bueno de Araújo. Ao lado da 350.org Brasil e parceiros, a COESUS realiza a campanha Não Fracking Brasil para alertar sobre o que consideram uma ameaça para o futuro do Brasil.

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Há o temor que numa próxima rodada de leilões da ANP sejam ofertados blocos para exploração de gás de xisto que irão atingir 172 cidades do Paraná. Em 2013, o governo brasileiro vendeu blocos para a exploração em 122 cidades localizadas entre o Noroeste, desde Umuarama, Oeste, passando por Toledo, Cascavel e Foz do Iguaçu, até o Centro do estado na região de Guarapuava. Caso se confirme, dos 399 municípios, o Paraná poderá ter mais de 2/3 do território 'contaminado' pelo Fracking, segundo a COESUS.


Segundo a Coalizão, neste mês a cidade de Umuarama foi considerada território livre do Fracking ao aprovar legislação proibindo operações para exploração de gás de xisto.

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O que é Fracking


De acordo com nota enviada à imprensa pela COESUS, Fracking é o método não convencional altamente poluente para exploração de petróleo e gás de xisto (shale gas). No processo são injetados milhões de litros de água, toneladas de areia e um coquetel com mais de 600 produtos químicos para fraturar a rocha e liberar o gás metano. Muitos destes produtos são tóxicos, cancerígenos, radioativos. Parte do fluído volta à superfície pela tubulação e chega às areias de rejeito; outra parte fica no subsolo e percola (sobe) através de microfraturas da rocha até à superfície e também atinge os aquíferos e lençóis freáticos, contaminando o solo e o ar junto com o metano liberado.


Pelo menos 372 cidades em 15 estados brasileiros podem ser impactadas pela exploração pelo método Fracking, isto porque a ANP já vendeu blocos em várias rodadas de licitações. Destes 15 Estados, o Ministério Público Federal, sensibilizado pela COESUS e parceiros sobre os riscos ambientais, econômicos e sociais, conseguiu suspender liminarmente os efeitos dos leilões em seis totalmente, e um parcialmente. "Os demais estados estão à mercê do Fracking, infelizmente", lamenta Araújo.

A campanha Não Fracking Brasil alega que a contaminação se dá num raio de até 80 quilômetros de cada poço perfurado, provocando um rastro de destruição nas cidades vizinhas, poluindo as reservas de água e inviabilizando a produção de alimentos. Ainda segundo os ambientalistas da COESUS, o Fracking também está relacionado à ocorrência de terremotos e intensifica as mudanças climáticas.


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