O movimento das mulheres de policiais militares perde força e começa a se dissolver em todo o Estado. Pequenos grupos ainda resistem e mantêm acampamento em frente aos quartéis da Polícia Militar de Curitiba e no Interior. A possibilidade de acordo com o governo do Estado está cada vez mais distante e as mulheres já começam a dar sinais de cansaço. Ontem depois de duas tentativas de negociação, manifestantes e governo ainda não tinham chegado a um acordo.
No período da manhã um grupo de mulheres reuniu-se com o comandante geral da PM, coronel Gilberto Foltran. O comandante, mais uma vez, pediu um "voto de confiança" e comprometeu-se a continuar negociando as reivindicações diretamente com o governo do Estado, desde que as manifestantes deixassem os portões do quartel.
Durante o período da tarde as mulheres elaboraram um requerimento com as reivindicações e entreguaram ao presidente da Comissão Permanente de Segurança Pública da Assembléia Legislativa, deputado Ricardo Chab. A comissão subscreveu o requerimento.
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No final da tarde, Tavares recebeu 13 manifestantes, mas mesmo depois de uma hora e meia de conversa não houve grandes avanços nas negociações. Elas saíram insatisfeitas porque a principal reivindicação –que envolve reajuste salarial– não poderia ser atendida de imediato.
Cristiane Lorena, uma das porta-vozes do movimento, disse que o objetivo do requerimento era que o secretário da Segurança, José Tavares –em nome do governo do Estado– se comprometesse por escrito a cumprir as promessas feitas pelo comandante-geral da PM, Gilberto Foltran (entre elas, estudar pagamento de hora-extra e o código de vencimentos).
O secretário, segundo sua assessoria de imprensa, sugeriu a criação de uma comissão paritária para continuar discutindo e ir implantando as reivindicações à medida do possível. As horas-extras, por exemplo, poderiam ser uma das questões a serem viabilizadas de imediato. As manifestantes ficaram de repassar a proposta do secretário para as demais, que permaneciam acampadas no quartel, para depois decidir se acabariam com o movimento.
Ontem, os piquetes em Curitiba só foram mantidos no quartel do Comando Geral. O policiamento, segundo a assessoria de imprensa da PM, estava praticamente normalizado, com todo o efetivo –cerca de 3,5 mil homens– já de volta ao trabalho. As manifestantes atenderam pedido do comando e liberaram, por volta do meio-dia, cinco viaturas da RONE. As demais –em torno de 22 viaturas– permaneceram durante todo o dia de ontem presas no pátio do quartel. (Colaborou Maria Duarte)