O dentento José Márcio Felício, conhecido como "Geléia" - integrante do PCC e um dos líderes do motim -, contou, por telefone, que o Estado já sabia das mortes na quarta-feira. Geléia deu entrevista a um jornalista, que, cercado por representantes de outros jornais, ia reproduzindo as declarações. Geléia acusou o governo de estar escondendo o problema da população.
O secretário José Tavares, no entanto, negou que tivesse qualquer informação sobre as mortes antes da manhã de ontem. Sua assessoria informou que eram somente boatos, que não havia a confirmação. A informação, tida como segura, veio através de um detento, no início da manhã.
Tavares não soube responder o que o governo deve fazer para acabar com o PCC dentro do presídio de Piraquara. O secretário afirmou apenas que trata-se de uma organização de minoria que está se alastrando.
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Por outro lado, o advogado Jerônimo Ruiz Andrade do Amaral, representante dos detentos Geléia, César Augusto Roriz Silva, Misael Aparecido da Silva e Gilmar Ângelo dos Santos, advertiu que "a PCE nunca mais será a mesma". Acredita-se que, nos dias em que estiveram em Piraquara, os membros do PCC tenham feito o "batismo" de outros presos para dentro do grupo.
À noite a Folha tentou novo contato com o PCC, mas o celular que está em poder de Geléia estava nas mãos de um detento que se anunciava como secretário do traficante. Ele não quis falar do assunto. Disse que Geléia estava descansando.