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Direitos Humanos visita asilos no Paraná

Ellen Taborda - Folha do Paraná
16 out 2001 às 18:59

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As principais denúnicas investigadas são as de maus tratos e falta de condições adequadas - Albari Rosa - Folha do Paraná
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Dos quatro estados que estão sendo visitados pela Comissão de Direitos Humanos da Câmara Federal, o Paraná e Pernambuco são os que apresentaram as denúncias mais graves de maus tratos a idosos internados em asilos. A informação é do deputado Marcos Rolim (PT-SP), integrante da comissão que chega quinta-feira em Curitiba.

De acordo com Rolim, ainda não está definido se outras cidades do Paraná também serão visitadas. "Só teremos uma posição assim que chegarmos em Curitiba." Desde o início da semana, a comissão já visitou as cidades de São Paulo e Rio de Janeiro e nesta quarta-feira estará em Recife (PE).

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As principais denúncias recebidas pelos deputados são de maus tratos e de faltas de condições adequadas dos asilos para abrigar os idosos. Serão visitados no Paraná apenas estabelecimentos com alvará. "Só iremos até um clandestino se tivermos alguma denúncia."

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Curitiba tem 82 asilos cadastrados na Vigilância Sanitária, mas há um número grande, ainda não estimado, de casas clandestinas, que funcionam sem alvará. Segundo a coordenadora do Centro de Apoio e de Defesa dos Direitos dos Idosos, a promotora Rosana Beraldi, há dificuldades em se combater os asilos clandestinos. "Quando interditamos um em Curitiba, ele acaba reabrindo em algum município da região metropolitana." Do início do ano até agora, duas casas foram interditadas pelo Ministério Público (MP) na Capital.

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"Infelizmente, com o aumento da estimativa de vida da população brasileira, o poder público não foi capaz de dar uma resposta oficial à demanda. Assim, acaba aumentando o número de clandestinos, que acreditam ser impunes", afirmou a promotora. Ela contou que o MP está investigando mais 20 casas com denúncias de irregularidades.


O deputado Marcos Rolim disse que os principais problemas encontrados nos asilos em São Paulo e no Rio de Janeiro estão ligados à situação de abandono do idoso. "Eles acabam aguardando a morte em silêncio, não há atividades que os mantenham produtivos." Rolim também observou que não há a presença de técnicos e médicos necessários quando há idosos doentes na instituição, além de locais que apresentam dificuldades de locomoção.

"Eu estava vendo a hora em que eu iria enlouquecer", contou uma interna de 66 anos de um asilo de Curitiba. A ex-funcionária pública, que não quis se identificar, disse que no estabelecimento onde vivia antes foi várias vezes maltradada. "As enfermeiras me batiam e diziam que todos me odiavam lá." Agora ela afirmou estar melhor no novo asilo onde vive, mas que sente falta da família. "Ninguém vem me visitar", lamentou.


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