As empresas brasileiras consideram importante usar a internet como meio para fechar negócios, mas ainda não sabem o caminho para alcançar o sucesso na rede. Um dos motivos que atravanca esse avanço é o conjunto de más notícias em relação ao mercado de internet – 56% dos empresários ainda estão inseguros com o meio. As conclusões são de uma pesquisa da E-Consulting Corp. feita com 175 empresários em todo o país.
O estudo é consequência de outro, publicado com exclusividade pela The Industry Standard Brasil, em janeiro, que mostrava que apenas 9% das empresas brasileiras tinham um plano estruturado de internet para ser implantado em um ano e meio.
Mas, desta vez, a pesquisa foi feita para entender o comportamento do empresário. “No mesmo universo da outra pesquisa, colocamos questões mais emocionais. Foi uma análise crítica sobre o status da internet, na qual medimos como está o humor no mercado.”, afirma Daniel Domeneghetti, diretor de estratégia da E-Consulting.
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Os resultados da pesquisa ainda refletem o barulho causado pela internet no ano passado. Se 18% dos empresários dizem que estão enjoados da rede é porque ouvem as más notícias – demissões, reduções e cortes nos investimentos das empresas pontocom – e as assimilam como negativas para seu próprio negócio.
Veja a seguir os resultados consolidados da pesquisa da E-Consulting:
Entende a internet e seus efeitos nos negócios – 73% das respostas. “Entender a internet” pode ter vários significados, de usar e-mail e navegar ocasionalmente a ter um filho que use a rede e fale para o pai que é importante.
Gosta da internet – 59%. Aqui, o empresário navega, tem seu próprio site e sabe que seus concorrentes já estão na Web, explica Domeneghetti.
Sente-se confortável com a internet – 54%. Nesse caso, a rede já faz parte da vida do empresário. Se tornou um complemento. Apesar de subutilizada.
É incentivador da internet em sua empresa (ativamente) – 84%. A empresa pode oferecer pontos de acesso e contas de e-mail aos funcionários, mas o empresário também pode falar diretamente sobre a importância da internet para os funcionários.
Se envolve diretamente nas questões de internet – 34%. Além de incentivar os funcionários, participa do processo, falando com provedores e seu gerente de TI e planejando o futuro da empresa.
Utiliza a internet como ferramenta de trabalho e pesquisa – 66%.
Considera a internet fundamental para o futuro da empresa – 96%. O futuro, no caso, é daqui a três ou cinco anos, quando o mercado estiver consolidado.
Investe ou tem propensão para investir em internet este ano (e-mail, website e funções básicas) – 77% das respostas. Tem ou quer ter um site para a empresa, com e-mail para os funcionários, e até pensa em aderir ao B2B.
Está cético com internet para sua empresa – 16%. São aqueles que representam os reflexos negativos das más notícias no mundo pontocom.
Não considera a internet importante agora para sua empresa (mesmo que esteja investindo nela) – 22%.
Pode até ter um site, mas não considera o momento importante devido à situação do mercado.
Está confuso em relação à real necessidade de levar sua empresa à internet – 29%.
Não sabe com certeza por onde começar a levar sua empresa à internet – 57%.
Está inseguro com a internet (em razão do noticiário sobre o assunto) – 56%.
Está “enjoado” do assunto – 18% das respostas.
A pesquisa do E-Consulting Corp foi realizada em todo o país no mês de março, com 175 pequenas e médias empresas nacionais. A grande maioria, 86% delas, fatura entre 10 milhões de reais e 100 milhões de reais por ano. O Estado de São Paulo representa cerca de 40% do total das companhias consultadas.
Domeneghetti avalia que o resultado desse levantamento tenha validade até o meio do ano. O motivo é que, a partir do segundo semestre, os investimentos em internet feitos no início de 2001 pelas grandes corporações – com faturamento acima de 100 milhões de reais – devem começar a refletir nas pequenas e médias empresas. E é nelas que os investimentos em tecnologia da informação dependem não só do dinheiro, mas do humor do empresário – que espera-se, melhore.
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