O esqueleto de um interno do asilo Recanto do Tarumã, em Curitiba, foi encontrado no próprio jardim do albergue. O idoso estava desaparecido desde fevereiro. A polícia abriu um inquérito para investigar o caso. Para o delegado Noel Francisco da Silva, da delegacia de Homicídios, "no mínimo houve negligência".
José Copertino do Nascimento, nordestino de cerca de 70 anos, tinha sumido do asilo em fevereiro. De acordo com a supervisora do albergue, Cecília Maria Geotten, desde então, foram feitas consultas no Instituto Médico Legal (IML) e em outros asilos para saber do paradeiro do idoso, sem sucesso.
Pela manhã, um outro interno que estava passeando pelo jardim, de cerca de dois hectares, encontrou o esqueleto ao final de uma horta. A polícia foi chamada e encontrou documentos e um cartão de banco que atestaram a identidade como sendo a do idoso desaparecido.
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A polícia não descarta a hipótese de Nascimento ter sido assassinado. "Primeiro precisamos determinar a causa da morte para depois poder responsabilizar alguém", afirmou o delegado. A polícia tomou depoimentos de outros internos e da administração do asilo.
A supervisora Cecília contou que ficou surpresa com a descoberta do esqueleto no jardim. "Nunca tinha ocorrido algo tão desagradável aqui. Como poderíamos imaginar que o esqueleto dele estava lá?" Ela atribuiu ao tamanho do jardim o fato de Nascimento não ter sido encontrado antes.
O idoso estava morando há quatro meses no asilo, ocupando uma das vinte vagas mantidas pela Fundação de Ação Social (FAS). De acordo com Cecília, ele nunca recebia visitas e costumava discutir com outros internos. "Ele era um pouco agressivo, acho que tinha um leve distúrbio psiquiátrico."
O Recanto do Tarumã abriga 120 internos e existe há 38 anos. 20 das vagas do asilo são ocupadas por idosos encaminhados pela FAS, as outras são mantidas com doações da comunidade. De acordo com a assessoria de imprensa da prefeitura, a FAS está aguardando a formalização do inquérito policial para decidir o "encaminhamento do assunto". O inquérito tem 30 dias para ficar pronto. Mas, de acordo com o delegado, o prazo pode ser prorrogado por não haver autoria conhecida.