A Secretaria de Estado da Segurança ainda não sabe quantos presos cumprem pena na Penitenciária Central do Estado (PCE), em Piraquara, Região Metropolitana de Curitiba. Quatro dias após o final da maior rebelião da história do Estado, a direção da PCE ainda não havia concluído a recontagem dos detentos. A primeira contagem dos presos foi realizada na última terça-feira e apontou a ausência de 80 internos.
Desde então, a Polícia Militar tenta, sem sucesso, confirmar o número de detentos que estão na penitenciária, para constatar se houve fugas. Até esta sexta-feira, apenas 65% dos presos tinham passado pela recontagem. A lentidão confirma a fragilidade do sistema carcerário no Paraná.
O atual diretor da PCE, tenente-coronel Nemésio Xavier, justifica a demora pelos problemas individuais que estão sendo enfrentados na recontagem e promete número oficial para este sábado. "Muitos presos estão doentes e preciso resolver os problemas de cada um deles antes de continuar a recontagem", pondera.
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Segundo Xavier, cerca de 30 detentos apresentam enfermidades como bronquite, resfriados e crises de epilepsia devido às condições da penitenciária nos seis dias que durou a rebelião. Durante o motim, os presos rebelados destruíram a enfermaria, conforme explicou Xavier, o que prejudicou os detentos que precisavam de cuidados médicos.
O atual diretor da PCE descartou a possibilidade da maior rebelião registrada na PCE ter deixado mais do que o saldo de quatro mortos. A dúvida surgiu pela dificuldade que o Instituto Médico Legal (IML) está enfrentando para identificar os corpos dos detentos mortos e degolados durante o motim. Até agora, os corpos continuam sem identificação e o IML aguarda o término da recontagem dos detentos na penitenciária para cruzar os dados da ficha dos presos.
A ausência dos 80 internos também constribuiu para os boatos de que mais detentos possam ter morrido durante a rebelião. "Mas só vamos trabalhar com números oficiais", enfatiza Xavier. "Somente depois da recontagem e da operação pente-fino na penitenciária vamos saber o que aconteceu".
Leia mais em reportagem de Katia Michelle, na Folha do Paraná/Folha de Londrina deste sábado