O juiz da Vara Criminal de Bela Vista do Paraíso (40 km de Londrina), Helder José Anunziato, deve analisar ainda nesta semana quatro pedidos de revogação de prisão preventiva apresentados pela defesa dos acusados de assassinarem o jovem Lucas Henrique dos Santos Ferraz em dezembro do ano passado. Entre os investigados, está o ex-vereador Willian Ricardo Chaves da Costa, popularmente conhecido no município como "Willian do Dé". Ele ocupou a função até o final de 2016, mas não conseguiu o número suficiente de votos para se reeleger pelo DEM.
Segundo a Polícia Civil, a vítima teria sido espancada próximo a um posto de combustíveis no centro de Bela Vista do Paraíso e levada para o rio Vermelho, na divisa com Florestópolis, onde Lucas foi encontrado morto 48 horas após que as primeiras notícias de seu desaparecimento começaram a surgir. Antes de ser jogado na água, o jovem teria sido executado com um tiro na nuca.
Familiares afirmaram que aos investigadores de que as últimas vestimentas usadas por Lucas eram um shorts e camiseta pretas. A polícia reiterou que essas peças não foram encontradas ao lado do corpo, o que,a época, reforçou a hipótese de que os acusados, incluindo o ex-vereador, teriam trocado a roupa do jovem antes que ele fosse assassinado.
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Após o crime, o grupo fugiu para Campo Grande (MS), onde foram presos. Durante interrogatório, Willian do Dé permaneceu em silêncio. Todos foram transferidos para a cadeia de Bela Vista do Paraíso. Segundo o advogado Alessandro Cogo, que defende os réus, "a fuga para o Mato Grosso do Sul ocorreu porque o homicídio gerou uma grande manifestação popular". Na época, a Justiça decretou as prisões preventivas por entender que "houve risco para a ordem pública".
Com o passar dos meses, Cogo acredita que "não há mais perigo de que os acusados fujam novamente. Eles estão à disposição do juiz e propensos a colaborar com o processo". Mesmo que sofra um revés em primeira instância, a defesa adiantou que vai ingressar com habeas corpus no Tribunal de Justiça. "Se for possível e necessário, vamos até o Supremo Tribunal Federal (STF)", disse o advogado.
Ainda não há data para análise dos pedidos de revogação das preventivas. Três audiências de instrução já foram realizadas, nas quais os acusados tiveram oportunidade de rebater as acusações. Um deles confessou ter assassinado Lucas. "Ele disse que só fez isso (atirou contra o jovem) porque recebia várias ameaças da vítima. Algumas aconteceram no dia do crime. Cometeu o homicídio por medo", afirmou Alessandro Cogo.