A irmã Anilse Terezinha Bianchini, 58 anos, presa desde o dia 23 em Guarapuava, deve depor hoje no Fórum da cidade. O advogado de Anilse, Miguel Nicolau Júnior, garante que a religiosa vai assumir a prática de intermediação de três adoções ilegais, já que fazia isso com o único objetivo de ajudar as mulheres grávidas que não tinham como sustentar seus filhos, bem como aqueles casais que queriam um bebê, mas por motivos de saúde, não conseguiam filhos naturais.
A religiosa está sendo acusada pelo Ministério Público de intermediar adoções irregulares, coagir testemunhas, falsificar documentos e maltratar crianças que frequentavam a Creche Santa Terezinha, da qual foi diretora por mais de nove anos.
Além da irmã, a ação proposta pelo Ministério Público envolve a merendeira da creche, Casturina de Lara da Silva, o casal Altevir e Judith Spuldaro, que recebeu uma das crianças adotadas ilegalmente, o casal Valdecir e Ana Neusa Pieretto, que adotou outro menor e o casal José e Marlene Belo, acusados de dar declarações falsas para conseguir o registro de certidão das crianças.
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"O que a irmã Anilse não assume, porque efetivamente não cometeu, são os maus tratos contra as crianças da creche", afirma Nicolau. Porém, na ação movida pelo Ministério Público estão contidos mais de dez depoimentos de funcionárias da creche, mães e até mesmo das próprias crianças, que relatam a forma como Anilse costumava praticar maus tratos.
Normalmente, conforme denúncia do MP, a criança era maltratada por causa de alguma conduta reprovada pela irmã. Em um dos casos, por exemplo, um menino de um ano e oito meses, que mordia os colegas, teria sido levado para a sala, onde a irmã lhe colocou uma máscara de dentista, bateu e lhe obrigou a repetir várias vezes que não morderia mais os colegas. Em outro menino, que costumava chorar porque não se adaptava na creche, a irmã passava batom e chamava de menininha, segundo relato da mãe da criança.
Um dia depois de ter sido presa, a freira foi levada para o Hospital Nossa Senhora de Belém, onde permanece internada. Ela sofre de insuficiência venal crônica. No início da semana passada, o médico que cuida da religiosa, Edson Carlos Crema, chegou a dar alta para a irmã, que foi novamente levada para a cadeia. Porém, a transferência foi feita sem autorização judicial e quando a juíza que responde pela 1ª Vara Criminal, Flávia da Costa Vianna Teixeira, ficou sabendo, determinou que a freira fosse novamente levada para o hospital.