O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) solicitou ao Conselho Superior do Ministério Público do Paraná (MPPR) a suspensão da autorização concedida ao procurador Cid Vasques para atuar como secretário estadual de Segurança Pública. O argumento seria uma incompatibilidade entre as instituições, uma vez que o secretário estaria "obstruindo ações do órgão".
Caso o pedido seja acatado, Vasques teria que deixar o cargo no governo ou abrir mão da carreira no MPPR. O Gaeco informou, por meio de nota, que a decisão se trata de um "procedimento interno" e que, por isso, não prestaria mais esclarecimentos.
"Entretanto, em razão da divulgação, pelo secretário, de argumentos que reputa falaciosos, o Gaeco ressalta que é inaceitável a retirada unilateral e compulsória de policiais que atuam no Grupo. A justificativa de que a mudança dos quadros proporcionaria oportunidades de experiência a outros policiais e de disseminação do que foi aprendido a outros colegas de corporação não corresponde aos fatos que têm sido registrados", diz trecho do documento.
Segundo o órgão, policiais que saem do Grupo são, invariavelmente, designados para executar funções em que a experiência anterior não é levada em conta. "Além de não trazer benefícios significativos à Polícia, que tem muitos outros quadros para as atividades convencionais, essas mudanças inviabilizariam o trabalho do Gaeco, quebrando a continuidade de investigações importantes e impedindo o início de outras, vez que os policiais que sairiam não teriam tempo de finalizar determinados trabalhos".
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A assessoria de imprensa da Secretaria Estadual de Segurança Pública (Sesp) afirmou que Vasques ainda não foi notificado oficialmente pelo MPPR e que só depois disso vai se manifestar sobre o assunto.
Em 2004, o então secretário de Segurança Luiz Fernando Delazari passou por situação semelhante. Para assumir a pasta, ele conseguiu uma licença, que foi renovada por dois anos consecutivos, em 2005 e 2006. Entretanto, em 2007 a licença não foi prorrogada e ele pediu exoneração do quadro do MPPR para se manter à frente da Sesp até abril de 2010. (Com informações do repórter Rubens Chueire Jr., da Folha de Londrina)