O plebiscito sobre a privatização da Companhia Paranaense de Energia (Copel) deve ser o grande foco do 7º Grito dos Excluídos, que será realizado sexta-feira em Curitiba pelas Pastorais Sociais, em parceria com o Conselho Nacional de Leigos e a Pastoral da Juventude. O evento, que reúne representantes da igreja e de movimentos populares, acontece simultaneamente em mais de mil cidades brasileiras. No Paraná as 17 dioceses da igreja católica participam do Grito que, este ano, traz o slogan "Por amor a essa pátria Brasil".
Dom Ladislau Biernaski, bispo auxiliar e responsável pelas Pastorais Sociais na Arquidiocese de Curitiba, explica que a idéia é conscientizar as comunidades da importância de participar do plebiscito sobre a venda da Copel, que está sendo articulado pelo Fórum Popular.
O Grito dos Excluídos de 2001 também pretende convocar a população a se posicionar contra a implantação da Área de Livre Comércio das Américas (ALCA), contra a atual política econômica e contra o atual fenômeno da globalização.
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A expectativa dos organizadores é de que, pelo menos, 5 mil pessoas participem da caminhada de protesto. A concentração será às 8h30, na Paróquia Santo Antônio Maria Claret, no bairro Boqueirão. De lá, os participantes seguirão até a favela Pantanal, que fica no mesmo bairro.
Segundo Dom Ladislau, a região é uma das mais pobres de Curitiba. Na área do Pantanal, 690 famílias vivem em situação irregular e sem infra-estrutura de saneamento básico. "Essa é a capital social que nós queremos mostrar. Apesar de toda propaganda, mais de 15% da população de Curitiba vive em condições subumanas", criticou.
Darli Sampaio, representante do Fórum de Lutas, informou que, durante o Grito dos Excluídos, está prevista, ainda, a coleta de assinaturas dos participantes para cobrar uma posição do presidente da Câmara dos Deputados, Aécio Neves, quanto ao plebiscito contra o pagamento da dívida externa, realizado no ano passado. Segundo ela, o plebiscito, que reuniu cerca de 6 milhões de assinaturas, tinha por objetivo forçar a realização de uma auditoria, com participação popular, para investigar a dívida externa brasileira.
O movimento, segundo Darli, é também uma preparação para Grito Latino Americano, que será realizado em Foz do Iguaçu, no próximo dia 12 outubro.