O Instituto Ambiental do Paraná (IAP) notificou ontem a Petrobras, a Concessionária Ecovia e a Transportadora Relógio para que as empresas se comprometam a fazer a limpeza fina nos rios da Serra do Mar, atingidos por quase 30 mil litros de óleo de navio. O vazamento do produto foi provocado por um acidente envolvendo dois caminhões no Km 42 da BR 277, sentido Curitiba-Paranaguá (Litoral do Estado), no último dia 16. Segundo o IAP, a limpeza bruta do óleo acaba hoje, mas o órgão quer que a limpeza fina - que consiste na retirada de todos os resquícios do produto dos rios e margens atingidos - comece amanhã.
A notificação foi entregue durante uma reunião entre o IAP e representantes das empresas e causou a indignação da Petrobras e da Ecovia. Segundo informou a assessoria de comunicação da Petrobras, a limpeza já estava sendo realizada sem nenhuma notificação oficial desde o dia do acidente. O que aconteceu, segundo confirmou a assessoria, foi uma redução do número de pessoas que trabalham no local.
Durante o trabalho de limpeza dos Rios dos Padres e do Pinto, atingidos pelo produto, cerca de 500 pessoas trabalharam no local. Ontem, menos da metade desse grupo estava realizando os últimos trabalhos de limpeza bruta da região. O IAP teme que, após a conclusão da limpeza bruta, a retirada do óleo impregnado nas pedras e nas margens dos rios, por exemplo, seja negligenciada.
Leia mais:
Parceiro da Escola: em dois dias, 23,5 mil pessoas participaram da consulta pública
Do CEEBJA à universidade: idosos de Londrina comemoram vaga no ensino superior
Defesa Civil do Paraná alerta para risco de fortes tempestades de sábado até segunda
Matrículas da rede estadual do Paraná para 2025 encerram nesta sexta-feira
Por isso determinou que as três empresas mantenham pelo menos 90 homens fazendo o trabalho de remoção de óleo das áreas mais delicadas. O trabalho será coordenado pela Petrobras e fiscalizado pelo IAP e ainda não tem data para ser finalizado.
Na região atingida, a pesca e o consumo da água foram proibidos ainda sem data para ser liberados pelo IAP. Segundo o superintendente do IAP no litoral Hamilton Bonatto, na última semana, o instituto chegou a recolher cerca de 5 quilos de peixes mortos nos rios, o que ainda confere risco para a população. "Se os peixes estão morrendo, significa que a água ainda está contaminada pelo óleo", explica.
Por esse acidente, a Petrobras foi multada pelo IAP em R$ 7 milhões. A Ecovia e a Relógio foram multadas em R$ 500 mil cada uma. As empresas informaram à Folha que ainda não receberam o comunicado oficial da multa e não vão se manifestar. A Ecovia, no entanto, informou que vai recorrer da multa, por entender que não foi responsável pelo acidente e que prestou atendimento necessário.