O Instituto Ambiental do Paraná (IAP) vai notificar ainda esta semana a empresa Recobem Indústria e Comércio de Tintas e Vernizes Ltda e outras 15 empresas para que apresentem um programa de remoção de tambores com produtos químicos de três galpões. Esses produtos são restos de tintas e estão nos pátios da Recobem, que hoje está falida. O material foi deixada por grandes indústrias para que fosse reprocessado.
Agora o IAP quer que tanto a Recobem como as empresas que geraram o material elaborem um programa para indicar o destino dos produtos. A notificação não significa que as empresas serão penalizadas. "As indústrias serão comunicadas que precisam ter uma forma segura de retirar e recolher esses tambores", avisou o diretor de Controle do Meio Ambiente do IAP, Mário Sérgio Rasera.
Os produtos devem ser retirados até o fim do próximo mês, apesar da liminar da juíza Maria Roseli Guiessmann ter determinado isto no dia 29 de dezembro. No despacho, a juíza deu um prazo de 30 dias após a citação dos envolvidos. Mas até ontem nem todos os citados haviam sido notificados. A previsão era que hoje essa etapa fosse concluída.
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Enquanto essa fase burocrática não está concluída, o lixo tóxico continua vazando perto dos rios Itaqui, Ressaca e Miringuava, afluentes do Rio Iguaçu. A Folha esteve na região do Miringuava. Nesse local, os moradores se queixam de doenças de pele.
"Forma um coceirão, cheio de bolhas, que até sai sangue", disse uma moradora que vive perto do galpão e preferiu não se identificar. Ela contou que mora na região há 16 anos e desde que a Recobem se instalou os vizinhos da indústria têm problemas de saúde. "A gente sente falta de ar, tontura e dor de cabeça provocados pelo cheiro forte de tinta", disse.
Ontem, a Folha procurou os donos da Recobem, mas não os encontrou nos endereços que constam no processo judicial.