Chega a 18 o número de construções multadas ou embargadas por estarem desrespeitando a legislação de preservação ambiental, nas ilhas que fazem parte do Parque Nacional do Superagüi, no Litoral do Paraná. A gerente do Ibama no parque, Guadalupe Vivekananda, explica que o objetivo não é remover os moradores das ilhas, mas orientá-los a agir com respeito ao meio ambiente. "Eles podem ficar aqui para sempre como sempre ficaram. Só precisam aprender a respeitar um pouco mais a natureza que é de onde estes pescadores tiram o sustento", declarou em entrevista à Folha.
O argumento oficial, entretanto, não diminui o descontentamento dos infratores. Os moradores reclamam das multas. De acordo com a integrante da Associação de Moradores da Ilha das Peças, Nadir Teodoro Dias, 48 anos, nove pessoas foram multadas depois de terem feito melhorias ou reconstruído suas casas. Guadalupe rebate e garante que os moradores não estão sendo proibidos de fazer construções. "Pode construir desde que seja fora da área do parque, sem prejudicar áreas de preservação ambiental."
Nadir Dias conta que foi multada em R$ 5 mil depois que trocou a casa de madeira por uma de alvenaria. "Agora a gente tem que perder a dignidade para viver no próprio lugar onde nasceu", reclama. Ela confessa que estava fazendo uma pequena casa nos fundos do terreno para alugar para turistas. "Não podemos mais pescar e agora não podemos nem viver do turismo porque o Ibama não deixa." Os moradores reclamam ainda da construção de uma igreja na Ilha do Superagüi. "Essas construções enormes eles deixam fazer", diz indignada a integrante da Associação de Moradores.
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Nadir teria construído a nova casa próxima a um córrego e um manguezal. "No começo da construção fomos lá e explicamos o porquê. Pedimos para que parasse e não tivemos resposta. Por isso, precisamos multar", diz Guadalupe. Ela garante que no caso da construção da igreja, foi feita uma assembléia com os moradores para que a aprovação da construção fosse votada. "Nós até aconselhamos que a igreja fosse construída de madeira mas eles todos aprovaram o que está sendo feito", explica. Ela explica ainda que a igreja está numa área que não faz parte do Parque.