A Casa Abrigo de São Miguel do Iguaçu (43 quilômetros a nordeste de Foz do Iguaçu) está tratando de um bebê índio gêmeo nascido há quase dois meses na Reserva de Ocoí. A criança, que está se recuperando de um quadro de desnutrição aguda, foi abandonada porque os pais possuem muitos filhos e também porque estariam com medo dos "espíritos divididos do menino".
A.P., de apenas 45 dias, foi encontrado por um auxiliar de enfermagem da tribo na casa de Cassemiro Tupã Pereira e Tereza Tekua Gonçalves. Enquanto um dos gêmeos estava com aparência saudável, o outro apresentava poucos sinais psicomotores e palidez extrema. Levado até o médica Luz Marilda Cardona, foi confirmado um alto índice de desnutrição. Enquanto o irmão saudável pesava mais de três quilos, A.P. estava com um quilo a menos.
O caso foi encaminhado ao Conselho Tutelar, que solicitou tratamento imediato e cuidados especiais na Casa Abrigo da cidade. O Ministério Público também foi acionado. O promotor de Justiça, Haroldo Nogiri, disse que os índios têm medo de crianças gêmeas. Algumas tribos consideram um castigo dos deuses, outras sustentam a crença que o espírito é dividido.
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* Leia mais em reportagem de Emerson Dias na Folha do Paraná/Folha de Londrina deste sábado