Cerca de 200 famílias de índios caingangues da Reserva Apucaraninha, em Tamarana (62 km ao sul de Londrina), estão acampadas desde o último fim de semana em um sítio do município.
A ocupação é uma forma de reivindicar mais terras. Os índios dizem que os 5,5 mil hectares da reserva são insuficientes para garantir o sustento das 400 famílias que moram no local e ressaltam que originalmente a área da reserva seria de 68,5 mil hectares. ''Apenas 200 hectares da nossa área é agricultável. Em 1949, quando o Governo do Paraná regulamentou a reserva, éramos 50 famílias. Naquele tempo, os governantes consideraram que 5,5 mil hectares seriam suficientes, por isso lotearam o restante das nossas terras, mas a população caingangue aumentou e precisamos de terras para que os índios não se tornem marginalizados nas cidades'', diz Ivan Bribis Rodrigues, que se identifica como membro da comunidade indígena. A Reserva Apucaraninha está sem cacique.
Os proprietários das áreas que os índios querem ''reconquistar'' argumentam que adquiriram os lotes legalmente. O administrador da Fundação Nacional do Índio (Funai) em Londrina, Mário Jacintho, disse que o caso está na Diretoria de Assuntos Fundiários (DAF) da Funai, em Brasília, desde 2007.
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Briga antiga
Os índios querem fazer reaver seus direitos sobre essas terras, as quais haviam sido indevidamente invadidas por não-índios durante a segunda metade do século XX.
Em 1949, a União e o Estado do Paraná firmaram um termo pelo qual as reservas indígenas de Apucarana, Queimadas, Ivaí, Faxinal, Rio das Cobras e Mangueirinha sofreram redução de mais de 2/3 das áreas originalmente delimitadas nos Decretos Estaduais no início do Século XX.
A área original do Povoamento Indígena Apucarana, por exemplo, que contava com cerca de 50.000 hectares de terra no início do Século XX, foi reduzida a apenas 6.300 hectares divididos em duas glebas. A menor área, de cerca de 1000 hectares, que foi invadida ilegalmente por não-índios na segunda metade do Século XX, que os caingangues visam recuperar definitivamente no dia de hoje. As informações sobre a briga foram repassadas pela Grupo de Comunicação Ambiental (GCA) e Ong Meio Ambiente Equilibrado (MAE).