A Sanepar confirmou que vai faltar água no litoral do Paraná durante o feriado de Carnaval. A previsão da empresa é que Guaratuba e alguns balneários entre Pontal do Paraná e Matinhos sejam os mais prejudicados. De acordo com o gerente operacional da Sanepar no litoral, Péricles Weber, a capacidade do reservatório da empresa para as praias atenderia a 400 mil pessoas. O problema é que a expectativa da Coordenação da Operação Verão Paranaense é que pelo menos um milhão de turistas estejam no litoral do estado durante o Carnaval.
Weber explica que nos dois primeiros dias do feriadão, na sexta-feira e no sábado, o abastecimento vai ser normal em todas as praias. "O problema acontece a partir do terceiro dia, quando o número exagerado de pessoas consegue esgotar os reservatórios da Sanepar", conta Weber. A única maneira de minimizar os problemas do abastecimento seria a conscientização e a economia no uso da água. "Durante o dia, o gasto é assustador", conta.
Weber explica que a capacidade dos reservatórios da Sanepar para atender o litoral já é cinco vezes maior do que a população fixa, que gira em torno dos 80 mil durante o ano. Ele conta que por enquanto é inviável viabilizar recursos para atender uma população temporária. "Temos prioridades como cidades que funcionam durante o ano inteiro e precisam ser atendidas."
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Mesmo com a enxurrada de pessoas, Weber garante que o balanço final do abastecimento durante o verão está sendo positivo. De acordo com ele, os problemas da falta de água aconteceram apenas no feriadão de Ano Novo, quando mais de um milhão de pessoas invadiram as praias do Paraná. O caso de Guaratuba é um pouco diferente. Lá mais de cem mil pessoas ficaram sem água há quase um mês. De acordo com Weber, o problema maior aconteceu apenas nos bairros mais distantes, onde não havia pressão suficiente que fizesse a água chegar até estes locais. Mas comerciantes do Centro de Guaratuba afirmam que perderam clientes - tanto hóspedes de hotéis quanto consumidores de bares e restaurantes - com o problema do abastecimento.
A comparação entre o gasto do ano passado e deste ano não foi possível de fazer. Weber lembra que durante o reveillon de 2000, um transformador da empresa pegou fogo e prejudicou o abastecimento em todo o litoral.
Para minimizar o problema do abastecimento, a Sanepar está investindo em campanhas para a economia de água. Desde meados de dezembro do ano passado, a empresa apostou em propagandas para alertar aos turistas sobre o uso racional da água. Mesmo assim, a economia não está satisfazendo os diretores da Sanepar. De acordo com o gerente da Unidade de Recursos do Litoral, Massayuki Higashiyama, a conscientização dos clientes ainda não é ideal. "Leva um tempo para as pessoas se acostumarem e entenderem que não podem desperdiçar a água", explica. Por isso, é que a Sanepar acredita que pelo menos as pessoas economizem num banho menos prolongado, que fechem as torneiras enquanto escovem os dentes ou lavam a louça e que no mínimo varram as calçadas antes de lavá-las.
Higashiyama conta que a empresa está aproveitando a época de recadastramento para passar as orientações aos turistas. De acordo com ele, pelo menos 60% das casas do litoral paranaense pertencem a veranistas. Por isso, a Sanepar começou neste mês a recadastrar seus clientes. Na ficha cadastral a Sanepar não leva em consideração a quantidade de tempo que cada veranista permanece na praia ou a quantidade do uso da água. "São apenas atualizações dos dados pessoais e principalmente do endereço para o envio da conta mensal".