A Secretaria de Saúde do Paraná vai ter o respaldo de uma resolução conjunta do Instituto Ambiental do Paraná (IAP) e do Ibama para fazer o trabalho preventivo no combate a hantavirose nas áreas de extração de madeira e erva-mate. A resolução está sendo elaborada para estabelecer a conduta que deverá ser adotada em todo o Estado para a instalação de alojamentos nessas áreas, levando-se em conta as condições de higiene e segurança dos trabalhadores.
"Com a resolução em vigor, o proprietário da área que solicitar a liberação para corte terá que se adequar à lei, reduzindo os riscos de contaminação por hantavirus ou outras doenças", afirmou Isaias Cantoia Luiz, diretor do Centro de Saúde Ambiental da Secretaria de Saúde do Paraná.
O diretor de Desenvolvimento Florestal do IAP, Mariano Félix Duran, explicou que cada autorização expedida terá um anexo com informações sobre o procedimento que deverá ser a adotado. "Assim que tiver a solicitação de corte liberada, ele não poderá alegar desconhecimento das normas técnicas sanitárias que deverão ser seguidas".
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Mesmo antes da resolução entrar em vigor, as barracas de lona dos trabalhadores que atuam em áreas de reflorestamento na região de General Carneiro, onde estão concentrados os casos de hantavirose, já estão sendo substituídas por madeira, seguindo orientação da Secretaria de Saúde.
"As casas de madeira devem ficar elevadas do chão e as pilastras de sustentação revestidas com metal. Assim, não há possibilidade de o rato chegar ao interior da moradia ou do galpão", explicou Cantoia. Essas construções estão sendo feitas com madeira da região pelos próprios trabalhadores rurais.
A Secretaria de Saúde já solicitou ao Instituto Ambiental do Paraná um mapeamento das áreas de reflorestamento no Estado com autorização para corte de madeira. "São áreas que nós consideramos de risco, já que pode haver a presença do rato silvestre transmissor da hantavirose e, por isso, vamos fazer um trabalho preventivo nessas regiões", disse o secretário de Saúde do Paraná Armando Raggio.
Casos
Neste ano foram confirmados sete casos de hantavirose no Paraná, cinco deles na região de General Carneiro e dois em Capina Grande Sul, Região Metropolitana de Curitiba. Duas pessoas morreram vítimas da doença este ano.
Estão sendo investigados dois casos suspeitos em uma mesma família, com um óbito, na região de Guarapuava. "Estamos aguardando confirmação do Instituto Adolfo Lutz, de São Paulo. Essas duas pessoas também trabalhavam em área de reflorestamento", informou Cantoia.