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"Máfia da Morte" cobra pedágio para não matar na PCE

Redação - Folha do Paraná
10 mai 2001 às 17:38

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O coordenador do Departamento Penitenciário (Depen), Pedro Marcondes, afirmou que vai abrir sindicância para apurar as denúncias de que internos estariam pagando "pedágio" como garantia de vida dentro da Penitenciária Central do Estado (PCE), em Piraquara (Região Metropolitana de Curitiba).

Paralalemente, será instaurado inquérito policial. A decisão foi divulgada durante reunião entre representantes das comissões de Segurança Pública e de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa.

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O deputado estadual Ricardo Chab, que preside a Comissão de Segurança Pública disse que o Depen tem prazo de cinco dias para apresentar esclarecimentos se há ou não uma "máfia da morte" dentro da PCE. Ele mostrou na reunião um recibo, no valor de R$100,00 com data de 24 de abril deste ano, que teria sido pago pela irmã de um preso para que ele não fosse morto por outros detentos.

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O dinheiro teria sido "depositado" em nome do interno Ermínio Soares (nome que aparece no recibo), condenado a 17 anos, dos quais já cumpriu mais de 4 anos. Os familiares que levam dinheiro ou outros objetos para os internos preenchem um recibo na portaria da PCE, identificando para quem se destina.

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Segundo a denunciante, que não quis se identificar por medo de que ela e seu irmão sofram represálias, esta seria a terceira vez que paga o "pedágio da morte". O valor estipulado pelos internos seria de R$ 120,00 mensais. No último mês, ela teria ficado devendo R$ 20,00. O irmão está preso (por roubo) há um ano e quatro meses (os últimos três na PCE). A sentença do preso ameaçado, de seis anos, foi anulada pelo Tribunal de Alçada, por isso Chab entende que sua situação dentro da PCE é irregular.


Marcondes não acredita que haja um grupo dentro da PCE controlando a vida dos outros presos e também descarta que exista "cultura do pedágio" na penitenciária.


As razões dos crimes, segundo ele, são acertos de contas entre os presos, muitas vezes, por desentendimentos anteriores à entrada deles no sistema penitenciário.

Leia mais em reportagem de Andréa Lombardo, na Folha do Paraná/Folha de Londrina desta sexta-feira


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