Cerca de 35 manifestantes, incluindo drag queens, foram até Bocaiúva do Sul, na Região Metropolitana de Curitiba, para protestar contra o prefeito Élcio Berti (PFL). Na terça-feira, Berti determinou através de decreto a proibição de residência fixa ou permanência de homossexuais na cidade.
O protesto começou em frente à prefeitura, onde militantes do Grupo Dignidade, que defende os direitos dos gays, estamparam a bandeira gigante com um arco-íris, símbolo do movimento, e cantaram o hino nacional segurando a Constituição. Em seguida, a passeata passou pelo Fórum da cidade e seguiu para a delegacia.
Toni Reis, do Grupo Dignidade, afirmou que o prefeito Élcio Berti deveria se preocupar mais com os problemas de Bocaiúva do Sul, como a segurança e a educação, do que com a intimidade dos homossexuais.
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Em entrevista à rádio CBN, Berti afirmou que aguardou o protesto até às 10 horas, horário marcado para que o ônibus com os manifestantes chegassem à cidade. Como o ônibus atrasou, ele afirmou que tinha compromissos no interior do município e deixou a prefeitura.
De acordo com a Folha de Londrina, a Polícia Civil está instaurando inquérito contra Berti pelo crime de abuso de autoridade e por infringir lei federal. A Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) do Paraná também deve enviar uma reclamação à Secretaria Nacional dos Direitos Humanos, em Brasília, para ser instaurado um procedimento contra Berti por discriminação sexual.
A alegação do prefeito é de que de a homossexualidade ''ridiculariza a instituição do casamento como natural para a geração e educação de filhos e desrespeita as famílias dignas de Bocaiúva''. Contudo, o delegado-chefe da divisão da Polícia Metropolitana, Agenor Salgado Filho, diz que Berti afrontou as garantias individuais dos cidadãos, previstas na Constituição Federal.