A grande preocupação das autoridades de saúde paranaenses é o crescimento da mortalidade materna de adolescentes. Enquanto os índices de morte de mulheres durante a gestação, o parto e o puerpério (42 dias após o nascimento do filho) cai a cada ano no Estado, cresce a porcentagem de meninas entre 10 e 19 anos nesse universo.
O índice de mortalidade materna no Estado caiu de 81 por 100 mil, em 1998, para 79 em 99 e 67,3 no ano passado. Nos últimos dois anos, a participação das adolescentes nesse índice subiu de 13% para 18%. Foram 18 casos em 99 (num total de 147) e 21 em 2000 (num total de 119). No Paraná, as adolescentes representam 22,5% do total de gestações. No País, são 25%. O índice oficial de mortalidade infantil (de 1998) no Brasil é de 64,85 por 100 mil, mas uma estimativa do Conselho Nacional dos Direitos da Mulher estima esse número em 110 por 100 mil.
Segundo o obstetra Dênnis Nascimento, de Curitiba, a gravidez na adolescência é um risco porque o organismo da menina, principalmente a que tem menos de 15 anos, ainda não está pronto. "A gestação exige modificações no corpo e sobrecarrega todos os órgãos", afirma o médico.
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Alaerte Leandro Martins, presidente do Conselho Estadual de Prevenção à Mortalidade Materna, diz que as principais causas de morte nessa faixa etária são complicações do aborto provocado ou problemas com a anestesia durante o parto. "As meninas geralmente escondem a gravidez dos pais e começam a fazer o acompanhamento médico e os exames pré-natal tardiamente." Modelo para o País, o comitê paranaense é um órgão multiinstitucional.
Escolas estaduais de todo o Estado estão participando de um concurso de histórias em quadrinhos sobre a prevenção da gravidez precoce. Ontem, uma teleconferência sobre o tema foi transmitida para escolas e pela rede de TV Educativa, pertencente ao governo do Estado.