O Ministério Público de Nova Esperança (35 km de Maringá) instaurou inquérito civil público para apurar denúncias contra a Copel pelo aumento abusivo da tarifa de energia elétrica nas contas com vencimento este mês.
Em muitos casos, os usuários tiveram um aumento de até 70% no consumo de energia no mês de março. O aumento, conforme levantamento prévio feito pelo MP, não tem justificativa. A superintendência da Copel, em Maringá, admite a falha.
Segundo o promotor Nivaldo Bazoti, as reclamações dos moradores começaram no início deste mês com a distribuição das faturas referentes ao consumo de março.
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''Do frentista no posto de combustível a funcionários de lojas e até zeladores do Fórum, a reclamação é a mesma: o aumento exagerado do consumo de energia'', disse.
Segundo ele, a primeira medida da promotoria foi ouvir dos usuários se eles haviam adquirido eletrodomésticos recentemente ou mudado significativamente os hábitos de consumo de energia elétrica no último mês.
''A maioria respondeu que não comprou eletrodoméstico e não houve qualquer mudança que justificasse o aumento do consumo.''
Nem mesmo a massa de ar frio frequente na região desde o início de abril, conforme o promotor, justifica o aumento do consumo de energia.
''Primeiro porque o frio começou em abril e a conta é referente ao consumo de março e, comparando o consumo dos últimos 12 meses dos usuários, nem mesmo nos meses de junho e julho do ano passado, o consumo foi tão elevado como o registrado agora'', afirmou o promotor.
A dona-de-casa Marilda Neves Dias denunciou o aumento no MP. A conta de luz da casa dela registrou um consumo de 301 kw/hora. O aumento foi de 49% em relação à fatura de fevereiro, que foi de 149 kw/hora.
Conforme o promotor, em julho de 2002, o consumo de energia elétrica na casa de Marilda foi de 85 kw/hora.
Bazoti reuniu 20 declarações de usuários que se sentem lesados pela Copel e vai encaminhar os documentos com cópias das faturas para a companhia.
''Primeiro vou ouvir a explicação da Copel para este aumento, mas se não for convincente, vou acioná-la com uma ação civil pública por cobrança indevida.'' Segundo ele, neste tipo de ação, o MP poderá pedir a devolução do dinheiro em dobro aos lesados.